Foi realizado nesta quinta-feira (19) um encontro a fim de que seja viabilizado o bloqueio de recursos financeiros para os canais bolsonaristas que, segundo as investigações da Polícia Federal (PF), disseminam conteúdo falso na internet, as famosas fake news.
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), participaram do encontro, além do ministro do órgão, Luis Felpe Salomão, a delegada Denisse Dias Ribeiro, da PF, e representantes de redes sociais, responsáveis pela distribuição financeira.
Assim como publicou o Brasil123, o bloqueio de repasses financeiros foi determinado pelo ministro Salomão, corregedor-geral da Justiça Eleitoral, na última terça-feira (17), atendendo a um pedido da PF, que é quem investiga a organização e o financiamento de ataques ao sistema eleitoral.
Segundo a delegada Denisse Dias Ribeiro, a medida não representa perseguição e nem mesmo censura. Isso porque, de acordo com ela, com as investigações, a entidade constatou que os suspeitos usam esses canais para a disseminação de conteúdo falso e comercialização de ideologia política.
“É isso que queremos evitar, a propagação de inverdades. Não se trata de censura, nem mesmo perseguição. Por isso, a forma mais indicada é retirar o incentivo financeiro dos canais listados”, disse.
A estratégia do TSE
Segundo a decisão do ministro, todos os repasses que seriam feitos para esses canais bolsonaristas serão depositados em uma conta judicial até o fim das investigações. Enquanto isso, os canais poderão continuar normalmente no ar.
A estratégia do órgão é secar a fonte de recursos financeiros dos sites, que conforme as investigações, lucram alto com a propagação de notícias falsas sobre temas como o sistema eleitoral e contra a democracia.
Sinal de alerta
Com a decisão do TSE, a delegada da PF alerta que será necessário investigar se esses canais não estão usando uma saída alternativa para continuar lucrando. De acordo com ela, isso poderia ser feito, por exemplo, com a criação de canais alternativos na mesma rede social ou com a mudança de plataforma para outra que o perfil não teve os recursos bloqueados.
“Isso pode ser feito também com o uso de canais de terceiros não alcançados pela decisão e a utilização de canais com domínios registrados em outro país. Devemos ficar de olho”, alertou Denisse Dias Ribeiro.
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