Uma das figuras centrais na investigação sobre um suposto “ministério paralelo”, que servia para indicar quais os passos que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deveria seguir no enfrentamento à pandemia da Covid-19, o empresário Carlos Wizard poderá voltar a viajar.
Isso porque, nesta sexta-feira (02), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, concedeu uma liminar, isto é, uma decisão provisória, determinando a devolução do passaporte de Carlos Wizard.
Assim como publicou o Brasil123 na ocasião, o documento em questão havia sido apreendido por determinação da CPI da Covid-19 antes de ele prestar depoimento à Comissão. Antes de ir depor, Wizard estava nos EUA. Assim que ele desembarcou no país, teve o passaporte retido pela Polícia Federal (PF).
Na oportunidade, o documento foi apreendido sob a justificativa de que ele deveria ficar à disposição para prestar depoimento, sem fazer uma nova viagem ao exterior. Nesta semana, o empresário esteve no senado, mas não falou aos senadores, pois exerceu o direito de ficar em silêncio.
Como uma espécie de retaliação por não ter falado à CPI da Covid-19, o grupo que faz parte da Comissão decidiu manter a apreensão do documento até o encerramento de seus trabalhos, o que ainda não tem data.
Por conta da decisão dos senadores, o advogado de Carlos Wizard, Alberto Toron, recorreu ao STF. De acordo com ele, era “irrazoável a retenção do passaporte”. Isso porque, na visão do advogado, uma vez que ele já havia prestado depoimento “e não há notícia de que a CPI precisará ouvi-lo outra vez”, o passaporte deveria ser devolvido.
Pois bem, o argumento foi acatado pelo ministro Luís Roberto Barroso e Carlos Wizard terá de volta seu passaporte. Todavia, Alberto Toron afirmou, que o empresário já se comprometeu a “retornar à comissão sempre que necessário”.