O Supremo Tribunal Federal (STF) divulgou nesta quarta-feira (25) que o ministro Luiz Edson Fachin conversou com o procurador de Justiça do Rio de Janeiro, Luciano de Oliveira Mattos de Souza e, na ocasião, demonstrou ter visto com muita preocupação a operação policial que aconteceu na capital carioca e resultou na morte de 25 pessoas.
STF invalida lei que acaba com prisão disciplinar de policiais e bombeiros
De acordo com as informações, a operação, que aconteceu na terça (24), ocorreu na tentativa de prender chefes de uma facção criminosa escondidos na Vila Cruzeiro. Segundo o STF, “ao procurador, o ministro demonstrou muita preocupação com a notícia de mais uma ação policial com índice tão alto de letalidade”.
Ainda conforme o Supremo, apesar da preocupação, Edson Fachin ponderou que ficou sabendo sobre a pronta atuação do Ministério Público. “O ministro disse que tem confiança de que a decisão do STF será cumprida, com a investigação de todas as circunstâncias da referida operação”, disse a Corte na publicação.
Migração de bandidos para o Rio após decisão do STF
Para o secretário de Polícia Militar (PM) do Rio de Janeiro, coronel Luiz Henrique Marinho Pires, a decisão do STF de tentar dificultar a realização de operações no Rio de Janeiro, durante a pandemia da Covid-19, acabou fazendo com que bandidos de outros estados migrassem para as comunidades cariocas.
Hoje, as operações não estão proibidas. No entanto, existem várias obrigações para que elas possam ocorrer, como a necessidade de comunicação ao Ministério Público do Rio de Janeiro com antecedência ou até 24 horas após a ação.
“Começamos a reparar a migração dessas lideranças de uns tempos para cá. E isso foi acentuando após a decisão do Supremo. Fazer daqui o esconderijo deles é fruto dessa decisão. Estamos estudando essa questão, mas tudo nos leva a crer que isso se deve à decisão que limitou a ação das polícias nas comunidades”, disse Luiz Henrique Marinho durante uma entrevista coletiva após a ação.
Segunda operação mais letal da história carioca
De acordo com as informações, a operação na Vila Cruzeiro foi a segunda mais letal da história do Rio de Janeiro. Ação só fica atrás da ocorrida no Jacarezinho, em maio de 2021. Na época, como publicou o Brasil123, 28 pessoas morreram, incluindo um policial civil.
Leia também: Arthur Lira não tem prazo para analisar pedidos de impeachment de Bolsonaro, diz STF