O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, comentou nesta sexta-feira (04) sobre os preços dos combustíveis praticados internamente. De acordo com ele, os valores que estão sendo cobrados no Brasil atualmente estão “no limite” e, caso haja oscilação para cima da cotação do petróleo, repasses serão feitos pela Petrobras.
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“Eles disseram, de forma explícita, que estavam no limite do preço marginal e que, se houvesse alguma oscilação para cima a partir de agora, que eles fariam o repasse ao preço dos combustíveis e seus derivados”, disse Alexandre Silveira nesta sexta.
No começo da semana, Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, afirmou que não procedem rumores de que iria aumentar os preços dos combustíveis ao longo da semana. Segundo o chefe da estatal, ele voltou atrás a pedido do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com quem esteve reunido ao lado de todos os diretores da empresa e outras autoridades.
Na quinta, a Petrobras revelou que seu lucro líquido recuou 47% no segundo trimestre ante ao mesmo período do ano passado, para R$ 28,8 bilhões, em meio a uma queda dos preços do petróleo no mercado internacional. De acordo com a estatal, essa diminuição é explicada, sobretudo, “pela desvalorização do preço do petróleo, pela queda de mais de 40% na diferença entre o preço do petróleo e os preços internacionais do diesel (crackspreads), e maiores despesas operacionais”.
Ainda no texto, a empresa diz que esses efeitos foram parcialmente compensados por maiores ganhos de capital com venda de ativos e menores despesas financeiras, “fruto dos ganhos com variação cambial devido à apreciação do real frente ao dólar, entre outros fatores”, disse a companhia. Além do recuo, a empresa também reportou que distribuirá R$ 14,9 bilhões em dividendos como antecipação da remuneração aos acionistas relativa ao exercício de 2023 – o montante será distribuído em 15 de dezembro de 2023
Nesta sexta, Alexandre Silveira destacou que não haverá nenhuma irresponsabilidade do governo com a política de preços da Petrobras, que abandonou neste ano a prática de preço de paridade de importação (PPI). “É claro que se houver oscilação para cima, a Petrobras terá responsabilidade com esses investidores, com a empresa, com a necessidade de seus reinvestimentos para modernizar a empresa, os repasses serão feitos. Por isso, eu quero tranquilizar os investidores”, disse ele.
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