Luiz Marinho, ministro do Trabalho e Emprego, afirmou neste sábado (15) que a alta taxa de juros foi a culpada pela não geração de cerca de 25 mil vagas de empregos durante o mês de maio. A afirmação foi feita durante entrevista ao canal “CNN Brasil”. De acordo com o ministro, que avalia que a taxa de juros “está sendo mantida elevada irresponsavelmente”, o percentual atual, de 13,75%, impediu que a geração de empregos em maio chegasse a 180 mil postos de trabalho.
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Segundo números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) revelados na sexta-feira (14), no mês de maio, o Brasil registrou a criação líquida de 155.270 novas vagas de trabalho. “Poderiam ter sido gerados 180 mil empregos se não fosse o juro alto”, afirmou o ministro. “Até maio acumulamos 800 mil novos empregos abertos. Em maio poderíamos ter gerado 180 mil empregos se não fosse o juro alto”, completou.
Em outro momento, Luiz Marinho afirmou que os juros já poderiam estar mais baixos “não por capricho”, mas porque as condições econômicas para tal “já estão dadas”. Todavia, apesar das reclamações, ele relatou que a expectativa de sua pasta é fechar este ano com a geração de dois milhões ou mais de novos empregos.
Vagas em micro e pequenos negócios.
Dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), baseado em números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, revelaram que sete em cada dez vagas de emprego com carteira assinada registradas neste ano de 2023 foram geradas por micro e pequenos negócios.
Atualmente, considera-se microempresa aquelas empresas que contam com até nove empregados (agropecuária, comércio e serviço) ou 19 funcionários (indústria e mineração). Por outro lado, por pequenas empresas, entende-se que a organização possuí até 49 trabalhadores (agropecuária, comércio e serviço) ou 99 empregados (indústria e mineração).
Em maio, os pequenos negócios foram responsáveis por 70% (108.406 de 155.270) dos novos empregos registrados. Isso representa um aumento de dois pontos percentuais em relação ao mesmo mês do ano anterior. Conforme o Sebrae, esse crescimento da participação das micro e pequenas empresas no total de empregos no país acontece no momento em que as médias e grandes empresas (MGE) demonstram um número inverso – de maio de 2022 a maio deste ano, por exemplo, a fatia no emprego formal caiu de 22% nesses tipos de organizações.
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