Alexandre Padilha, ministro de Relações Institucionais, afirmou neste sábado (13) que, em sua visão, foi “só as instituições voltarem a ser autônomas” que a Polícia Federal (PF) passou a descobrir “escândalo atrás de escândalo” envolvendo o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL).
Essa declaração aconteceu no momento em que o ministro comentava sobre uma matéria do portal “UOL” que, assim como publicou o Brasil123, mostrou que a Polícia Federal está investigando uma suspeita de pagamentos em dinheiro vivo para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Conversas interceptadas pela corporação mostram diálogos entre o tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens do Palácio do Planalto, e outros assessores de Bolsonaro, falando sobre a existência de uma orientação para o pagamento, em dinheiro vivo, para Michelle Bolsonaro.
De acordo com as interceptações, Mauro Cid, que foi preso por suspeita de fraude de cartão de vacina de Bolsonaro, estava com medo de que a prática fosse caracterizada como um esquema de rachadinha, visto que não havia a comprovação da origem dos recursos.
Neste sábado, Alexandre Padilha afirmou que as instituições continuarão apurando “o conjunto de escândalos” envolvendo o ex-presidente. “É uma minhoca a cada enxadada nessa herança de Bolsonaro”, afirmou ele durante uma entrevista coletiva.
“É só as instituições passarem a ser autônomas, como hoje é a Polícia Federal, que descobrimos escândalo atrás de escândalo de Bolsonaro e em torno da sua família e dos assessores mais próximos. E as instituições vão continuar apurando. Nós queremos apurar quem financiou, quem mobilizou os atos terroristas de 08 de janeiro”, disse Alexandre Padilha.
“Ontem, Bolsonaro vestiu a carapuça de paladino da ignorância, do negacionismo. Quero ver as próximas carapuças que vai vestir”, completou o ministro ao comentar sobre uma entrevista do ex-presidente, que afirmou, em participação a um programa do canal “CNN Brasil”, que vai processar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) porque, em sua visão, o petista atingiu sua honra ao atribuir a ele 300 mil das mais de 700 mil mortes por Covid-19 no Brasil.
Neste sábado, quem também comentou as recentes informações foi o ministro Paulo Pimenta, chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom). De acordo com ele, existe a suspeita de que o escândalo tenha tido “o mesmo modus operandi” das acusações de rachadinha do senador Flávio Bolsonaro (PL).
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