Marcos Pontes, ministro da Ciência e Tecnologia, confessou ter ficado chateado com o corte do governo em verbas para a ciência. De acordo com o chefe da pasta, em entrevista nesta quarta-feira (13), ele foi pego de surpresa, mas ouviu do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que haverá a reposição dos recursos.
“Realmente, como eu já coloquei, publicamente até, eu fui foi pego de surpresa. Ontem [terça] conversei com o presidente sobre isso, ele também foi pego de surpresa. Pedi ajuda para a recuperação desses recursos, ele prometeu que vai ajudar”, afirmou o ministro.
“Eu fiquei muito chateado. Já conversei sobre isso para que seja reposto, conversei com a ministra Flávia, e eles prometeram que isso vai ser reinstituído”, completou Marcos Pontes, se referindo ao corte de mais de RS 600 milhões anunciado pelo Congresso na última quinta (07).
O valor em questão seria utilizado para o financiamento de pesquisas. De acordo com o governo, este valor foi destinado a aplicações em outras áreas de sete ministérios. Logo após a decisão, que partiu depois de um pedido Ministério da Economia, entidades publicaram um manifesto protestando contra a medida que tirou os recursos da pasta.
No documento, que foi enviado para Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente do Senado, as instituições pediram que o corte fosse revisto. Esse é também o desejo de Marcos Pontes, que revelou ter pedido a recomposição imediata dos recursos ao ministério da Economia, à Casa Civil e à Secretaria de Governo.
“Já enviei ofício para o ministro Paulo Guedes, para a Economia, Casa Civil e Secretaria de Governo sobre a necessidade de recomposição imediata desses recursos que foram passados para os ministérios”, começou.
“Assim como também já conversei e falei com o presidente, ele ficou de me ajudar com a recomposição disso. Diga-se de passagem: o presidente costuma ajudar sempre em relação ao orçamento”, completou Marcos Pontes.
Ministro se diz apegado à missão
Após o corte, pessoas e entidades ligadas à ciência afirmaram que seria um “ato de grandeza” caso Marcos Pontes renunciasse ao seu cargo. Todavia, de acordo com o ministro, ele foi treinado para “defender o país” e “cumprir a missão”.
“Eu não me apego a cargo, eu me apego à missão. Tem dias que a gente fica realmente chateado com as coisas. Nós conseguimos fazer pouca coisa com o orçamento, imagina quando estiver com o orçamento completo. Eu recebi essa missão de proteger esse sistema e melhorar o sistema”, afirmou.
Segundo ele, a ideia é continuar à frente do cargo e cumprir seu papel, que de acordo com o ministro, é defender a ciência no país. “Eu vou continuar a insistir em defender a ciência do Brasil, apesar de todas as situações. Isso por causa da missão que nós temos com a ciência”, finalizou.
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