Chefe do Ministério das Comunicações da gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL), Fábio Faria (PP), criticou neste domingo (05) o ex-chefe do Executivo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), dizendo que ele, que é pré-candidato ao Palácio do Planalto, defendeu “regular os meios de comunicação”.
“Não vivemos numa ditadura e essa fala repetidas vezes é muito grave”, afirmou o ministro. A declaração do ministro acabou porque na última quinta-feira (02) Lula disse que, em sua opinião, cada estado deveria ter a “obrigação” de ter “pelo menos quatro horas de produção estadual”.
“Toda a vez que a gente fala em regular os meios de comunicação, fica uma indústria de meteoros contra a gente”, disse Lula durante um evento cultural realizado na cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. “Cadê o espaço para a cultura gaúcha na televisão gaúcha?”, questionou o ex-presidente.
“Cadê o espaço para a música gaúcha? Por que não tem uma televisão para transmitir o carnaval gaúcho na televisão daqui? Por que é só o carnaval do Rio ou de São Paulo? Que predominância é essa? Onde está a licitação?”, completou o petista.
Por conta da declaração, Fábio Faria publicou um vídeo em sua rede social ressaltando que, apesar de ser amplamente criticado pela mídia, a gestão de Bolsonaro não tem a intenção de regulamentar a atividade. Em outro momento, ele ressaltou que o acesso à internet complementa a busca por informações fora da mídia tradicional. “Regular mídia é feito em ditatoriais. Em países de ditadura, a imprensa só pode falar bem do governo”, disse o chefe da Comunicação no vídeo.
Lula já disse sobre regular a mídia
No ano passado, o Brasil123 publicou que as falas de Lula sobre regular a impressa não são algo novo. Isso porque ele vem falando, há anos, que, caso voltasse à presidência, irá regular o meio. O petista diz defender a liberdade de imprensa e a regulação dos veículos de comunicação, afirmando que “democratizar a comunicação não é fechar uma TV, é abrir muitas”.
“Não pode um grupo familiar decidir sozinho o que é notícia e o que não é, com base unicamente em seus interesses políticos e econômicos”, afirmou o presidente, que também já disse que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) errou em não ter dado prosseguimento à regulação dos meios de comunicação, proposta pelo próprio Lula, em 2004.
À época da proposta, o até então presidente propôs a criação de um Conselho Federal de Jornalismo. O projeto chegou a ser enviado ao Congresso em 2004, mas acabou não sendo aprovado pelos deputados por conta de uma série de críticas que o texto recebeu.
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