Flávio Dino, ministro da Justiça, determinou a suspensão de perfis regionais da Polícia Feral (PF) e também da Polícia Rodoviária Federal (PRF) nas redes sociais. O anúncio aconteceu nesta quinta-feira (29) após as páginas das corporações serem invadidas por hackers.
“Em face da alegada invasão de perfil regional da PRF em Sergipe, inclusive com troca da senha, estou determinando a suspensão dos perfis regionais da PF e da PRF para análise da segurança, permanecendo somente os perfis nacionais nas redes sociais”, disse ele.
“Quanto à retirada do ar da postagem criminosa, a PRF está com providências em andamento. E investigação será instaurada para apuração dos fatos”, completou Flávio Dino, em um pronunciamento que foi feito em uma publicação no Twitter.
Na madrugada desta quinta, uma postagem em uma rede social oficial da Polícia Rodoviária Federal em Sergipe pediu doações para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por meio de chaves PIX. O post, feito por um invasor, afirmava que a instituição “decidiu colaborar” com o ex-presidente. Nesse sentido, a publicação pede que aqueles que apoiam a causa façam doações por uma chave PIX.
Além da legenda, a publicação também trazia um QR Code onde seria possível fazer a doação – apesar disso, tanto a chave, quanto o código, não funcionam – os comentários na publicação foram desabilitados, ou seja, não era possível alertar que se tratava de uma invasão.
Em nota, a PRF afirmou que a página foi alvo de “ataque hacker” durante a madrugada e que, por conta disso, “todas as publicações feitas dentro desse período foram de origem criminosa”. Não suficiente, a instituição relatou que está tomando todas as “providências cabíveis visando a apuração dos fatos e restauração da conta”.
Assim como publicou o Brasil123, nos últimos dias, aliados de Bolsonaro, como o deputado federal Nikolas Ferreira (PL), e também o deputado estadual Bruno Engler (PL), passaram a pedir que apoiadores do ex-presidente doassem dinheiro ajudar o ex-chefe do Executivo a pagar multas em processos judiciais que enfrenta.
Essa invasão e publicação foi feita no mesmo dia em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retoma o julgamento que pode custar a Bolsonaro a inelegibilidade pelos próximos oito anos – o ex-presidente é acusado de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.
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