Flávio Dino, ministro da Justiça, defendeu nesta sexta-feira (23) a atuação da Polícia Federal (PF) na segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Historicamente, a função de resguardar a segurança do chefe do Executivo é de militares que atuam no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) – no entanto, desde o início do ano, a função está sendo exercida por uma secretaria extraordinária vinculada ao gabinete pessoal do petista.
Essa pasta, que é chefiada pelo delegado da PF Aleksander Oliveira, funcionará apenas até o próximo dia 30 de junho. Por conta disso, as informações são que, com a proximidade da data, articulações para um eventual retorno ao GSI ganharam corpo.
Em entrevista à “TV Globo”, Flávio Dino afirmou que reconhece a importância do GSI, mas, por outro lado, defendeu o trabalho dos agentes da Polícia Federal. “O presidente Lula está colhendo opiniões. É claro que reconhecemos a importância do GSI, mas defendemos a atuação da Polícia Federal, que tem sido muito elogiada e reconhecida, e que corresponde em larga medida a padrões internacionais”, disse ele, revelando ainda que Lula decidirá na próxima semana, com a ajuda do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), de quem será a função de exercer o cargo da segurança presidencial.
No começo da semana, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que a expectativa é que a segurança de Lula voltará ao comando do GSI. No entanto, na oportunidade, ele ressaltou que o grupo poderá contar com a participação de civis.
“O presidente terá a liberdade de que convidar quem ele entender que deve compor o órgão, independente de ser Polícia Federal, policial militar, ou membros das Forças Armadas. Será montado um modelo híbrido, mas sob coordenação do GSI”, disse ele.
Conforme informações da “TV Globo”, a disputa pelo comando da segurança de Lula se intensificou nesta semana após uma declaração do general Amaro, que é o ministro-chefe do GSI. O responsável pelo órgão afirmou que uma eventual saída da PF da tarefa “não traz nenhum problema”.
A jornalista Andreia Sadi, do canal “Globo News”, afirmou que agentes da PF ficaram incomodados com a declaração, classificadas por eles como “arrogante e desrespeitosa”. Hoje, membros da Polícia Federal afirmam que aceitam uma divisão de competências.
Nesse sentido, o GSI ficaria responsável pela logística aérea e cerimoniais militares, além de atribuições já existentes em relação a estruturas estratégicas, como a segurança cibernética. Por outro lado, a PF ficaria com a segurança do presidente propriamente dita.
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