Victor Godoy, ministro da Educação, esteve nesta quarta-feira (11) no Congresso Nacional para participar de uma sessão da comissão de Educação e Fiscalização e Controle. Isso porque senadores queriam ouvi-lo a respeito das denúncias de corrupção na pasta.
Na ocasião, o chefe do órgão confessou que se encontrou ao menos três vezes com os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos, suspeitos de pedir propina em troca de liberação de verbas da pasta. Segundo Victor Godoy, esses encontros aconteceram em eventos organizados ainda na gestão de seu antecessor, Milton Ribeiro.
Apesar dos encontros, o atual ministro, que à época era secretário-executivo, afirmou que Milton Ribeiro nunca lhe impôs, em relação aos pastores, “qualquer ato em desacordo com a pátria”. “Informo que as únicas vezes que participei de eventos com as presenças dos pastores citados nas reportagens foi a convite do ministro Milton Ribeiro para compor a mesa de abertura”, disse Victor Godoy, relatando ainda que os encontros foram realizados no auditório do MEC.
Em outro momento, ele destacou que não chegou a participar de nenhuma agenda privada com os pastores. “Não participei de agendas com os pastores. Não era do meu conhecimento. O ex ministro da Educação nunca solicitou ou impôs que eu realizasse qualquer ato em desacordo com a pátria”, completou.
Crise no ministério da Educação
A comissão ouviu o ministro nesta quarta por conta do episódio que se tornou público em março deste ano. À época, em um áudio, Milton Ribeiro disse que repassava verba a municípios indicados por pastores. Isso, a mando do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL).
Nesta quarta, Victor Godoy afirmou que, assim que soube das denúncias, ainda na qualidade de secretário-executivo, encaminhou os relatos para a Controladoria-Geral da União, com a autorização de Milton Ribeiro, que saiu da pasta alguns dias depois da divulgação dos áudios.
“Assim que tomei conhecimento das denúncias, sugeri ao ministro ações para que fossem investigadas pela CGU. Pessoalmente, reduzi a termo os relatos a mim declarados e encaminhei, com autorização do ministro, para a CGU. Decidi que o caminho da prudência era o melhor a ser trilhado”, afirmou.
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