O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta semana que a guerra na Ucrânia e a pandemia da Covid-19 podem beneficiar o Brasil. De acordo com ele, estes acontecimentos inesperados vêm provocando gargalos nas cadeias produtivas, que abriram espaço para “relocalizações industriais”. E o país pode aproveitar o cenário para se destacar mundialmente.
“É uma oportunidade histórica a que o Brasil tem agora, como consequência de duas crises absolutamente inesperadas. Precisamos compreender isso para nos posicionarmos corretamente”, disse o ministro no Seminário de Diagnóstico do Contencioso Tributário Administrativo, em Brasília, na quarta-feira (27).
“Essa ruptura de cadeias produtivas e a consequente relocalização industrial; essa reconfiguração das cadeias produtivas globais terá dois alicerces. Um é a proximidade logística, e o Brasil está bem próximo da civilização ocidental, sejam Estados Unidos ou Europa”, acrescentou Guedes.
Em resumo, ele afirmou que isso acontecerá baseado em confiança. “Querem alguém que siga as regras do jogo, que não mude regras e não tome medidas unilaterais agressivas e geopoliticamente instáveis. Querem que sejam previsíveis. O Brasil está perto e é confiável”, disse o ministro.
Vale destacar que a guerra entre Rússia e Ucrânia vem afetando todo o planeta. Em suma, o comércio global está perdendo força e o preço das commodities não para de subir, o que provoca uma desestabilização nos mercados internacionais. Aliás, a pandemia já havia afetado fortemente o planeta, e os conflitos no leste europeu estão agravando esse cenário.
Guedes também defendeu a simplificação do sistema tributário do Brasil
No evento, o ministro da Economia voltou a defender a simplificação de impostos e do sistema tributário, como sempre o faz. Em outras palavras, ele explicou isso poderá aumentar o interesse de estrangeiros em investir no Brasil.
Além disso, Guedes criticou o fato de que “quem tem lobby em Brasília e capacidade de acumular influência” consegue isenção de impostos.
“No outro extremo, têm aqueles que também têm poder econômico mas, sem poder político, procrastinam o pagamento e enfrentam a Receita, apelando para todas instâncias da Justiça. Eles vão empurrando as dívidas e ficam até 20 anos sem pagá-las”, explicou o ministro.
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