A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara aprovou nesta sexta-feira (03) um convite para que o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, vá ao local para prestar esclarecimentos sobre a compra de 35.320 comprimidos de Viagra pelas Forças Armadas.
TCU quer que hospitais militares sejam intimados por compra de próteses penianas
De acordo com a comissão, o ministro deve ir ao local para explicar sobre a compra do medicamento, usado tipicamente para tratar disfunção erétil, na próxima quarta-feira (08).
Assim como publicou o Brasil123, de 2020 para cá, foram aprovados oito processos para a compra desses remédios. Nessas licitações, aparece o nome genérico da Viagra, Sildenafila, nas dosagens de 25 mg e 50 mg.
No documento, constata-se que grande parte desses medicamentos é destinado à Marinha, com 28.320 comprimidos. No entanto, outras entidades também foram atendidas:
- Exército, cinco mil comprimidos;
- Aeronáutica, dois mil comprimidos.
Desde que a informação veio à tona, as Forças Armadas alegam que o medicamento foi adquirido para o tratamento da hipertensão arterial pulmonar, uma doença rara que faz com que a pressão arterial nos pulmões seja mais alta – o fato é mais frequente em mulheres.
No requerimento para convidar o ministro, Elias Vaz (PSB), responsável por revelar os dados, afirmou que o alto número de comprimidos “causa estranheza”. Isso porque, de acordo com ele, existem inúmeros medicamentos essenciais e imprescindíveis faltando para a população nas unidades de saúde. Enquanto isso, as Forças Armadas se concentram em comprar milhares de comprimidos de Viagra.
“A entidade se concentra em investir recursos do erário na fabricação do Viagra e não em medicamentos essenciais como, por exemplo, antibióticos, analgésicos, sedativos, vermífugos, corticosteróides, vasodilatadores, broncodilatadores etc, que atuam no tratamento de doenças comuns do dia a dia, fere o interesse público”, disse ele.
Como o requerimento foi aprovado em forma de convite, o ministro da Defesa pode escolher tanto ir, como não ir à comissão. Tal fato seria diferente, por exemplo, caso o chefe da pasta tivesse sido convocado. Neste caso, ele seria obrigado a comparecer – o requerimento em forma de convocação não foi aprovado, pois deputados bolsonaristas votaram contra a ideia
Leia também: ‘O que são 35 mil comprimidos de Viagra para 110 mil velhinhos?’, diz Mourão