José Múcio, ministro da Defesa, afirmou nesta sexta-feira (05), durante participação em uma comissão do Senado, que atualmente, as Forças Armadas não participam da política e que não se vê manifestações públicas de militares sobre os assuntos de Brasília.
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“Tem sido extremamente luvável a atuação das Forças nestes últimos episódios que vivenciamos […] os senhores senadores e os muitos presentes aqui há muitos meses não vêm uma nota nas redes sociais de desaravo, uma nota de protesto […] em momento nenhum as Forças Armadas têm participado de política”, afirmou ele.
A declaração, feita em meio ao esforço para que as inclinações políticas não contaminem as tropas, aconteceu dois dias após as Forças Armadas terem visto o tenente-coronel da ativa Mauro Cid, que foi preso pela Polícia Federal (PF) na quarta-feira (03).
Assim como publicou o Brasil123, essa prisão do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Isso, no âmbito do inquérito das milícias digitais.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente da República, desde que assumiu seu terceiro mandato como chefe do Executivo, tem acusado seu antecessor de ter influenciado as Forças Armadas e ainda culpa o “bolsonarismo” pelo entrave na relação dele com as tropas.
Na quinta-feira (04), Lula, sinalizando uma aproximação com as Forças Armadas, deu posse ao general Marcos Amaro, que assumiu o comando do Gabinite de Segurança Institucional (GSI). Nas últimas semanas, Lula enfrentou resistências internas que defendiam a desmilitarização do gabinete.
De acordo com o canal “CNN Brasil”, essa pressão ainda continua e, nesse sentido, ainda não está descartado um modelo de gestão híbrida com civis e militares trabalhando juntos – a ideia recebe críticas dos dois lados. Por conta disso, o atual governo busca soluções futuras.
Nesta sexta, na comissão do Senado, o ministro da Defesa José Múcio também disse que trabalha em uma sugestão de projeto que lei que pretende separar a atividade militar da atuação política. “Qualquer militar que se dispuser a entrar na política, com sucesso ou insucesso, ele não voltaria às forças armadas”, afirmou ele, completando que a sugestão acontece “porque a experiência diz que aqueles que não tem sucesso para se preparar para o novo pleito, voltam com proselitismo político e começa a fazer campanha dentro das próprias forças”.
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