José Múcio Monteiro, ministro da Defesa, afirmou nesta segunda-feira (23) que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não perdoará militares que participaram dos atos terroristas registrados no último dia 08 de janeiro, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes – Supremo Tribunal Federal (STF), Congresso Nacional e Palácio do Planalto.
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A afirmação do ministro foi feita em entrevista ao canal “Globo News” enquanto ele comentava sobre o processo de investigação que visa identificar militares que foram supostamente coniventes com os atos. Assim como publicou o Brasil123, militares são acusados, por exemplo, de terem dificultado o trabalho da Polícia Militar (PM), que visava prender os suspeitos dos ataques.
No final de semana, Lula surpreendeu ao demitir o general Júlio Cesar de Arruda do comando do Exército – ele foi substituído pelo general Tomás Miguel Ribeiro Paiva. Nesta segunda, José Múcio Monteiro afirmou que “Lula não vai perdoar golpistas” e haverá um trabalho especial para tentar identificar os militares envolvidos com apoiadores de Bolsonaro.
“Vamos identificar os culpados. Não vamos trabalhar em cima de suspeições e vamos investigar”, disse o ministro, que participou do processo de escolha do novo comandante do Exército, que recentemente discursou afirmando ser preciso respeitar a democracia. Júlio Cesar de Arruda assumiu no final do ano passado, mas acabou sendo demitido por conta de desgastes com o Executivo, sobretudo após o 08 de janeiro.
De acordo que as informações, a alta cúpula do governo Lula considera que Júlio Cesar de Arruda, por exemplo, resistiu à desmobilização do acampamento de bolsonarista radicais em frente ao quartel-general do Exército em Brasília. Além disso, também existe a informação de que, na noite daquele dia 08 de janeiro, tanques de guerra do Exército, até então comandado por ele, impediram que radicais fossem presos até a manhã do dia seguinte.
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