Rosa Weber, ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou nesta quarta-feira (13), para a Procuradoria-geral da República (PGR), uma notícia-crime apresentada pelo senador Alessandro Vieira (PSDB) contra Rodrigo Pacheco (PSD), e Davi Alcolumbre (União Brasil), atual e ex-presidente do Senado, respectivamente, e também contra o senador Marcos do Val (Podemos).
Na ação, Alessandro Vieira acusa Rodrigo Pacheco e Davi Alcolumbre de terem cometido o crime de corrupção passiva e Marcos do Val de corrupção ativa. As acusações foram feitas por conta de uma entrevista em que Marcos do Val revelou ter recebido R$ 50 milhões em emendas de relator, conhecidas como orçamento secreto, pelo simples fato de ter apoiado Rodrigo Pacheco durante a eleição para a presidência do Senado.
O senador ainda afirmou que quem o informou sobre os valores foi Davi Alcolumbre, que na época ainda era o presidente do Senado – ele articulou a campanha de Rodrigo Pacheco, que venceu a senadora Simone Tebet (MDB).
Na mesma entrevista, Marcos do Val afirmou que os recursos seriam uma forma de “gratidão”. No entanto, posteriormente, ele publicou uma nota dizendo que foi “mal interpretado”, afirmando que, na realidade, teria feito referência à existência de critérios no Senado para indicações transparentes de recursos por senadores.
Mesmo com a justificativa, Alessandro Vieira enviou uma ação ao STF comparando o caso ao Mensalão, dizendo ainda que “causa espanto a naturalização de verdadeira negociata de votos dentro do Senado Federal com uso de dinheiro público”. Por conta da ação, Rosa Weber pediu para que a PGR se manifeste sobre o tema para que, depois disso, ela decida os próximos passos sobre o assunto.
Em entrevista coletiva realizada na terça-feira (12), Rodrigo Pacheco classificou a denúncia como um “oportunismo político”. “Eu lamento isso de alguém que não é capaz de reconhecer aquilo que eu tenho buscado fazer desde que assumi a presidência”, disse.
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