Cármen Lúcia, ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou nesta quarta-feira (06), para a Procuradoria-Geral da República (PGR), documentos sobre as suspeitas de que o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), teria interferido nas investigações de corrupção e tráfico de influência no Ministério da Educação (MEC).
Defesa de Milton Ribeiro, ex-ministro do MEC, pede que STF arquive inquérito que o investiga
O documento foi enviado à PGR porque cabe à procuradoria analisar se existem ou não elementos suficientes para que seja aberta uma investigação formal contra Bolsonaro que, até o momento, ainda não é alvo da investigação.
Assim como publicou na semana passada o Brasil123, essas investigações foram enviadas ao STF depois que tanto a Polícia Federal (PF) quanto o Ministério Público Federal (MPF) apontaram que existiam indícios que mostram que Bolsonaro teria avisado Milton Ribeiro, ex-ministro do MEC, que ele poderia ser alvo de uma ação da PF.
Interceptações feitas pela PF, com autorização da Justiça, mostraram que Milton Ribeiro explanou para uma filha que Bolsonaro havia o relatado que estava com um “pressentimento”: que o ex-ministro poderia ser usado para atingi-lo.
Na conversa com a filha, Milton Ribeiro, que é alvo de uma investigação que apura o favorecimento de pastores na distribuição de verbas do MEC, ainda falou da possibilidade de ser alvo de uma busca e apreensão, como de fato foi, dias depois.
“Hoje o presidente me ligou. Ele está com um pressentimento novamente de que podem querer atingi-lo através de mim, sabe?”, disse na ocasião Milton Ribeiro. Na sequência, ele afirmou: “Ele [Bolsonaro] acha que vão fazer uma busca e apreensão em casa, sabe? Bom, isso pode acontecer, se houver indícios, mas não há porquê”, disse o ex-ministro na ocasião.
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