Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, afirmou nesta segunda-feira (22) que a pasta comandada por ela está em contato com o Ministério das Relações Exteriores para tratar dos próximos passos da ação do governo brasileiro em relação aos ataques racistas sofridos pelo jogador Vinícius Júnior, que atua pelo Real Madrid, da Espanha.
No domingo (21), Vinícius Júnior foi mais uma vez vítima de ataques racistas durante um jogo do campeonato espanhol – na ocasião, ele foi chamado de “macaco” por parte dos torcedores que estravam no estádio Mestalla acompanhando o duelo entra Real Madrid e Valencia, válido pela 35ª rodada da competição.
Em entrevista ao canal “Globo News”, Anielle Franco ressaltou que, recentemente, Brasil e Espanha firmaram acordo de cooperação para o investimento em políticas de combate ao racismo. Além disso, ela também afirmou que vai articular, com a segunda vice-presidente da Espanha, Yolanda Díaz, a expansão do acordo para a área do esporte.
Por fim, além de afirmar que nesta segunda deve haver um pronunciamento conjunto com Ana Moser, ministra do Esporte, sobre o caso, Anielle Franco classificou como inadmissíveis as agressões racistas sofridas na Espanha pelo jogador brasileiro, de 22 anos. “Eu imagino a dor que deve estar também naquele peito”, disse ela, finalizando que o governo deve criar, em breve, um programa chamado “Esporte Sem Racismo”.
Na noite de domingo, por conta da repercussão, quem se pronunciou sobre o caso foi o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que além de se solidarizar com Vinicius Junior em um post na sua conta oficial do Twitter, citou a Fifa e ainda cobrou ações para coibir o racismo no futebol.
“Queria fazer um gesto de solidariedade ao Vinicius Junior, um jovem que certamente é o melhor jogador do Real Madrid, e que sofre repetidas ofensas. Espero que a Fifa e outras entidades tomem providências, para não deixar que o racismo tome conta do futebol”, disse o presidente da República.
Em outro momento, agora durante entrevista coletiva no G7, que acontece no Japão, Lula disparou que “não é possível que quase no meio do século XXI, a gente tenha o preconceito racial ganhando força em vários estádios de futebol aqui na Europa”.
Por fim, o chefe do Executivo disse que não é justo “que um menino pobre, que venceu na vida, que está se transformando possivelmente em um dos melhores jogadores do mundo, ser ofendido em cada estádio que ele comparece”. Nesse sentido, o petista tornou a ressaltar ser importante que as entidades futebolísticas “tomem sérias providências, porque nós não podemos permitir que o fascismo e o racismo tomem conta dentro de um estádio de futebol”.
Leia também: Após G7, Lula quer priorizar agenda no Brasil e reduzir ritmo de viagens