Nísia Trindade, ministra da Saúde, afirmou nesta quinta-feira (29), durante entrevista ao canal “Globo News”, que não tem visto uma sinalização para a troca na pasta. Nesse sentido, ela explicou que entende a pressão política que existe em torno do cargo que ocupa. “Eu tenho noção de que é um Ministério altamente valorizado, desde a Constituição de 1988”, afirmou a ministra durante a entrevista”.
“Eu vejo que podem existir, como diz o senador Jaques Wagner, desejos e pressões, mas eu estou muito segura de trabalhar em prol de um projeto, de uma missão de reconstrução do SUS e também como parte de uma equipe, que é a equipe ministerial do presidente Lula”, disse Nísia Trindade.
Assim como publicou recentemente o Brasil123, o Ministério da Saúde é cobiçado pelo Centrão. Isso acontece porque a pasta comandada por Nísia Trindade tem um dos maiores orçamentos da Esplanada, em torno de R$ 180 bilhões, sendo, com isso, o principal destinatário das verbas de emendas parlamentares.
Durante a entrevista, Nísia Trindade relatou que sabia, mesmo antes de assumir a parta, que o Ministério da Saúde era um órgão com grande rotatividade e sujeito a crises, não somente na área sanitária, mas também em relação aos interesses políticos que desperta. Em outro momento da entrevista, a ministra comentou sobre a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em sua gestão. Na oportunidade, ela afirmou que sempre teve liberdade para exercer a função.
“Estamos dentro do governo que tem uma base de apoio e eu recebi muitas sugestões de partidos da base e até dos que não fazem parte da base. Isso é normal. Mas quero dizer que o presidente Lula disse para mim, desde o início, que queria alguém comprometido com o SUS, e pediu para eu formar o meu secretariado, o que eu fiz sempre em diálogo”, disse ela.
Por fim, a chefe da Saúde ainda ressaltou que não existe nenhum problema com relação a pressão política por parte do Legislativo. Para ela, inclusive, é natural que muitas vezes o prefeito e o governador venham com a sua bancada para exigir demandas.
“Eu não tenho nenhum problema com essa relação com o Legislativo, e o que eu quero sinalizar é que houve uma mudança [de governo] e isso requer o cuidado de cada pasta e nós fazemos isso de forma organizada, com o ministro Alexandre Padilha [das Relações Institucionais] de forma a atender estados e municípios. E muitas vezes isso vem com o reforço do parlamentar”, comentou.
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