Nesta sexta-feira (13), o Ministério Público de Contas ao Tribunal de Contas da União (TCU), pediu uma investigação sobre o uso do cartão corporativo disponibilizado para a Presidência da República nos quatro anos de mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), após ter vindo à tona que o ex-chefe do Executivo gastou R$ 27,6 milhões ao longo de seu mandato.
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De acordo com dados do canal “CNN Brasil”, corrigido pela inflação, o montante gasto com alimentação, hospedagem e transporte entre 2019 e 2022 foi de R$ 32,6 milhões. Nesta sexta, uma representação assinada pelo subprocurador Lucas Rocha Furtado pede para que o cartão corporativo seja cancelado ou definidos para o uso do cartão corporativo da Presidência da República.
Segundo o subprocurador, que enviou o documento a Bruno Dantas, ministro e presidente do TCU, o pedido acontece “em face dos abusos ou desvios apontados em sua utilização”. Ainda na solicitação, Lucas Furtado pede que a representação seja envidada à Procuradoria-Geral da República (PGR) para que o órgão verifique se a utilização do cartão durante a gestão de Bolsonaro caracteriza algum crime. Isso, levando em consideração a legislação penal em vigência.
Assim como publicou o Brasil123 nesta semana, vieram à tona dados que mostram alguns detalhes sobre como Bolsonaro gastou o montante citado. Durante seu mandato, por exemplo, o ex-presidente gastou R$ 1,3 milhão em um hotel no Guarujá para passar as férias e R$ 16 mil na Academia das Agulhas Negras, onde também se hospedou em viagens ao Rio de Janeiro.
Outro gasto exorbitante foi registrado em uma peixaria em Brasília. Por lá, o cartão corporativo foi utilizado 161 vezes, somando mais de R$ 312 mil. O cartão disponibilizado ao presidente também foi usado em uma lanchonete de São Paulo, onde, em um único dia, gastou-se R$ 15 mil. Os gastos do cartão corporativo estavam colocados em sigilo de até cem anos, mas os dados foram liberados após Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumir a presidência.