O Ministério da Justiça e Segurança Pública revelou nesta segunda-feira (06) que já recebeu mais de cem mil denúncias referentes aos atos terroristas registrados em Brasília no último dia 08 de janeiro, quando apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes – Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF).
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Segundo a pasta, ao todo, foram 102.407 e-mails referentes aos ataques até a tarde desta segunda-feira. Ainda segunda o ministério, as denúncias foram feitas por 27.457 pessoas diferentes, que enviaram anexos e links para colaborar com as investigações. De acordo com a jornalista Andreia Sadi, do canal “Globo News”, o relatório do Ministério da Justiça não revelou a identidade dos suspeitos de estarem envolvidos nos ataques para não atrapalhar as investigações.
Ainda segundo a comunicadora, depois de coletadas pela pasta, essas informações serão repassadas para a Polícia Federal (PF), que é responsável por, eventualmente, abrir investigações contra os citados no levantamento, que revela que grande parte das denúncias foi feita contra autoridades públicas, sendo: 7.003 mensagens com informações sobre o possível envolvimento de governadores, prefeitos, deputados e vereadores. De acordo com os dados, dentre os citados nessas denúncias estão, por exemplo:
- O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, citado em 105 mensagens;
- E o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), também filho do ex-chefe do Executivo, cujo nome aparece em 50 e-mails.
No levantamento feito pelo Ministério da Justiça, não há informações sobre o contexto em que os dois políticos foram mencionados. Além dos dois, também existem 5.582 mensagens que trazem relatos sobre suposta participação de militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, de diferentes patentes. Por fim, a jornalista do canal “Globo News” ainda informa que outras 3.707 denúncias foram feitas contra possíveis organizadores de caravanas e 2.696 contra supostos financiadores dos atos de vandalismo.
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