Nesta quinta-feira, 25, uma mina de carvão situada na Sibéria, na Rússia, pegou fogo e fez 52 mortos. O número que antes era de 14 mortos foi alterado e confirmado pelas autoridades locais. Enquanto isso, outras 38 pessoas estão consideradas desaparecidas por não sobreviverem ao fogo ou à falta de oxigênio.
As operações de resgate tiveram início pela manhã, mas precisaram ser suspensas devido ao risco de explosão. No total, 285 pessoas foram resgatadas com vida, das quais 49 ficaram feridas, mas todos foram levados às unidades de saúde da região, considerando que alguns operários precisaram de um atendimento especializado em virtude da intoxicação por fumaça.
Segundo informações publicadas pela agência de notícias Tass, o incêndio teve início após o carvão pegar fogo em um duto de ventilação da mina de Listvyazhnaya, localizada na região coberta de neve em Kemerovo. Rapidamente a mina se encheu de fumaça tóxica com metano. O governo local ainda declarou que a hipótese mais provável para o ocorrido é que tenha partido de uma faísca com força o suficiente para provocar uma explosão, embora ainda não se saiba a origem dessa faísca.
Vídeos que circulam pela internet mostram vários agentes de resgate e ambulâncias chegando à mina de carvão enquanto policiais se reuniam no exterior tentando omitir o acontecimento para curiosos e a imprensa local. O incêndio se passou em uma região a 3,5 mil quilômetros a leste da capital, Moscou. É válido lembrar que esta não é a primeira vez que a mina sofre um acidente do tipo.
A mina de carvão começou a operar no ano de 1956, mas anos mais tarde, em 1981, uma explosão matou cinco trabalhadores. Posteriormente, em outubro de 2004, registrou um acidente provocado por uma explosão de metano que deixou 13 mortos. Em todo o histórico de atuação das minas da região, o acidente mais mortal de todos foi em 2010 na mina Raspadskaya, na região de Kemerovo. Na época, foram identificados 91 mortos e 100 feridos.
Acidentes em minas de carvão russas, bem como aquelas situadas em demais localidades da extinta União Soviética estão comumente relacionados à negligência pelas normas de segurança, má gestão e deterioração das instalações. No acontecimento recente, o Comitê Regional de Investigação, informou que três pessoas, incluindo o diretor da mina e o adjunto, foram detidos por suspeita de violação das regras de segurança.
O fogo da última quinta-feira, 25, ainda deixou um agente da equipe de resgate inconsciente devido às fases que preencheram a mina. “O estado [de saúde] é grave. Ele está na unidade de cuidados intensivos. Foi previamente diagnosticado com hipotermia, envenenamento por gases de combustão, desidratação, intoxicação grave de primeiro grau. Não se lembra de nada, perdeu a consciência duas vezes. Como saiu, não consegue explicar, talvez por estar ainda em choque”, contou Alexander Adelyan, médico-chefe adjunto do Centro de Saúde dos Mineiros de Kuzbass, citado pela TASS.