Milton Ribeiro, ex-ministro da Educação, foi preso preventivamente nesta quarta-feira (22) em uma operação da Polícia Federal (PF). De acordo com a instituição, a captura do ex-integrante do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) aconteceu em Santos, no litoral de São Paulo.
Segundo a Polícia Federal, a operação que resultou na prisão de Milton Ribeiro foi intitulada “Acesso Pago” e deflagrada com o intuito de apurar supostas práticas de tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos públicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
No mandado, consta que Milton Ribeiro está sendo investigado por ter praticado crimes como corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência.
Ainda no documento, determina-se que o ex-ministro seja levado para a Superintendência da PF em Brasília e, por lá, passe por uma audiência de custódia, a ser realizada ainda nesta quarta.
Além do mandado de prisão contra Milton Ribeiro, agentes da Polícia Federal foram às ruas para dar cumprimento a 13 mandados de busca e apreensão e outros quatro de prisão. Essas capturas e busca e apreensão foram deflagrados nos seguintes estados, além do Distrito Federal:
- Goiás;
- São Paulo;
- E Pará.
Não suficiente, a ordem para a operação, assinada pelo juiz federal Renato Borelli, também estabelece, além da necessidade das buscas e apreensões e prisões, que medidas cautelares, como a proibição de contatos entre investigados e envolvidos, sejam asseguradas.
Em nota, o Ministério da Educação afirma que está colaborando com as investigações que envolvem a administração passada da pasta.
“O MEC reforça que continua contribuindo com os órgãos de controle para que os fatos sejam esclarecidos com a maior brevidade possível”, diz um trecho do comunicado. “O MEC ressalta que o Governo Federal não compactua com qualquer ato irregular e o continuará a colaborar com as investigações”, completa a nota da pasta.
Milton Ribeiro demitido do MEC
A saída de Milton Ribeiro do Ministério da Educação aconteceu após um áudio divulgado pelo jornal “Folha de S.Paulo” revelar o ministro falando que havia recebido um pedido de Bolsonaro.
Esse pedido seria no sentido de que a liberação de verbas da pasta deveria ser direcionada para prefeituras específicas a partir da negociação feita por dois pastores evangélicos – nenhum dos dois possuí cargos no governo federal.
Em um primeiro momento, o ex-ministro foi defendido por Bolsonaro, que disse que colocaria “sua cara no fogo” por Milton Ribeiro. No entanto, depois de pressões de seus aliados, ele acabou demitindo o ex-chefe da pasta.
Leia também: Gabriel Monteiro confessa ter oferecido dinheiro para morador em situação de rua forjar crime