Joaquim Barbosa, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que as Forças Armadas mantêm um comportamento de “vassalagem” em relação ao presidente Jair Bolsonaro (PL). A declaração foi feita no momento em que ele criticava uma fala do ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, sobre o sistema eleitoral do Brasil.
Antes do comentário de Joaquim Barbosa, feito no Twitter, Paulo Sérgio Nogueira disse, durante uma audiência na Câmara dos Deputados, que as Forças “estavam quietinhas” até serem convidadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para participarem das eleições deste ano.
Além do comentário que as Forças Armadas estavam “quietinhas”, Paulo Sérgio Nogueira também afirmou que as Forças Armadas não estão preocupadas com a chance de acontecer movimentos agressivos similares aos registrados em 2021 nos Estados Unidos. Na ocasião, grupos contrários ao resultado das eleições invadiram Capitólio, uma espécie de Congresso Nacional americano, e causaram uma grande destruição.
Segundo Joaquim Barbosa, os militares devem “permanecer” em seus lugares, sem intervir no pleito de outubro. “Disse o general: ‘As Forças Armadas estavam quietinhas em seu canto e foram convidadas pelo TSE”, começou o ex-ministro. “Ora, general, as Forças Armadas devem permanecer quietinhas em seu canto, pois não há espaço para elas na direção do processo eleitoral brasileiro. Ponto”, afirmou Joaquim Barbosa.
Em outro momento, ele publicou que, em sua visão, “insistir nessa agenda de pressão desabrida e cínica sobre a Justiça Eleitoral, em clara atitude de vassalagem em relação a Bolsonaro, que é candidato à reeleição, é sinalizar ao mundo que o Brasil caminha paulatinamente rumo a um golpe de Estado”. “Pense nisso, general”, aconselhou.
O termo usado por Joaquim Barbosa
De acordo com as definições encontradas em sites de história, o termo “vassalagem” usado por Joaquim Barbosa se refere a um tipo de acordo comum durante a Idade Média em que pessoas com poder político e econômico concediam benefícios aos menos abastados em troca de fidelidade e obediência.
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