A Polícia Federal (PF) montou uma força-tarefa em Brasília, no Distrito Federal, com o objetivo de tomar depoimento de inúmeros militares nesta quarta-feira (12). Essas oitivas dizem respeito ao inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) e investiga os atos violentos ocasionados pelos apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes no dia 08 de janeiro.
STF marca julgamentos de denunciados por atos golpistas
De acordo com informações da agência “Reuters”, essa é uma das maiores investigações que envolvem integrantes das Forças Armadas conduzidas por tribunais civis desde a redemocratização brasileira. Ainda segundo a agência, um membro da PF afirmou que, ao todo, foram 94 militares ouvidos, sendo dois generais.
Um dos focos da investigação foi o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, que chefiou o Comando Militar do Planalto. Segundo um relatório da PF, produzido durante a intervenção federal no Distrito Federal, o general em questão foi apontado nominalmente como responsável por ter abortado uma ordem dada pelo então interventor, Ricardo Cappelli, para prender pessoas que, depois dos ataques, voltaram para o acampamento que reunia negacionistas eleitorais no QG do Exército.
Durante a manhã, 49 militares prestaram depoimento – outros 45 foram ouvidos no período da tarde. Esses depoimentos foram acompanhados por promotores e procuradores do Grupo Estratégico, que foi criado pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, para acompanhar esse e outros casos relativos aos ataques, conforme uma fonte da PGR.
Conforme explica a agência, a investigação de militares por conta do caso começou a deslanchar no mês passado. Isso, depois que Alexandre de Moraes, ministro do STF, decidiu que cabe, sim, à Corte, investigar e julgar militares pelos atos violentos em Brasília e não à Justiça Militar.
Na semana passada, Antônio Pereira Duarte, procurador-geral da Justiça Militar, afirmou que não existiria “caça às bruxas” nas investigações dos atos. Na ocasião, ele afirmou que seu papel, mas diligências seria evitar ser “leviano” nas acusações para não incorrer em abuso de autoridade. Não suficiente, ele ainda citou que as instituições estavam funcionando de forma harmônica e responsável.
Quando o procurador deu sua declaração, conforme informações do Ministério Público Militar, haviam sido abertas 15 investigações ligadas a atos ligados ao 08 de janeiro envolvendo a atuação de militares em Brasília. De acordo com o órgão, grande parte dessas denúncias estavam em fase preliminar de apuração.
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