Militares que estiveram, na última segunda-feira (05), junto com o presidente Jair Bolsonaro (PL) – que chorou durante uma cerimônia de promoção de oficiais do Exército, dizem que a “ficha” do chefe do Executivo “caiu”. A informação foi dada nesta terça-feira (06) pela jornalista Andreia Sadi, da “Globo News”.
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De acordo com ela, os militares avaliam que a ficha que caiu não foi a da derrota nas urnas, visto que, conforme eles, Bolsonaro já assimilou a vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nesse sentido, a “ficha” foi a que o presidente está sozinho no “golpismo”.
Conforme Andreia Sadi, militares dizem que Bolsonaro gostaria de contar com um roteiro usando, por exemplo, a imagem de Forças Armadas como sócia em qualquer projeto de tumulto democrático. “De contestação do resultado das eleições a bloqueios na posse do presidente eleito de Lula”, relata Andreia Sadi sobre o desejo de Bolsonaro, que teria visto, na segunda, que se os bolsonaristas quiserem um golpe, farão isso em um “um projeto solo”.
Andreia Sadi relata ainda que, durante o evento com os militares, o presidente não viu nenhuma sinalização de que teria o respaldo das Forças Armadas em uma eventual tentativa de uma aventura “isolada”. “Entrou mudo e saiu praticamente calado”, relatou um militar, dizendo que “Bolsonaro está diferente dele mesmo”. “Não interagiu, não brincou. Não me lembro nos últimos quatro anos de vê-lo introspectivo assim”, comentou.
A comunicadora ainda relata que mesmo os militares que são aliados de Bolsonaro avaliam que ele está isolado e hoje conta apenas com seu núcleo original, que é composto por integrantes do que ficou conhecido durante seu mandato como “gabinete do ódio”. “Bolsonaro não tem assessor, tem claque, tem plateia. Essa plateia fala o que ele quer ouvir, não fala a verdade. Então, ele se isola”, afirmou esse militar em entrevista à jornalista do canal “Globo News”.
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