Cerca de 80 militares deverão ser ouvidos nesta quarta-feira (12) sobre os atos golpistas do 08 de janeiro, quando apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes – Supremo Tribunal Federal (STF), Congresso Nacional e Palácio do Planalto.
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Em fevereiro deste ano, Alexandre de Moraes, ministro do STF, decidiu que cabe à Corte julgar militares eventualmente envolvidos nos atos sem precedentes na história do Brasil. Além disso, ele também determinou a abertura de uma investigação sobre a participação ou possível omissão de militares da Polícia Militar (PM) do Distrito Federal e também das Forças Armadas nos atos.
De acordo com informações do portal “G1” reveladas nesta segunda-feira (10), dentre os que deverão ser ouvidos estão militares das Forças Armadas e Gabinete de Segurança Institucional (GSI) como o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, que era o chefe do Comando Militar do Planalto na data do ataque, e o coronel Jorge Fernandes da Hora, que na ocasião comandava o Batalhão da Guarda Presidencial.
Segundo Alexandre de Moraes, os militares devem ser ouvido pela PF, que deverá apurar se ele cometeram eventuais crimes. Ao fazer o pedido de investigação para Moraes, a PF justificou que policiais militares ouvidos na 5ª fase da Operação Lesa Pátria “indicaram possível participação/omissão dos militares do Exército Brasileiro, responsáveis pelo Gabinete de Segurança Institucional e pelo Batalhão da Guarda Presidencial”.
Conforme Alexandre de Moraes, os crimes supostamente cometidos pelos militares estão previstos no Código Penal, que não faz distinção entre investigados civis ou militares. Recentemente, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou que está convencido de que “muita gente” da PM e também das Forças Armadas foi “conivente” com os criminosos.
Nas redes sociais, no dia dos atos, vídeos circularam mostrando militares do Exército Brasileiro dificultando a ação da Polícia Militar do Distrito Federal. Na ocasião, foi possível constatar até mesmo uma discussão entre PMs e soldados, que pareciam proteger os vândalos.
Por conta da gravação, o Exército Brasileiro chegou a publicar uma nota dizendo que “o vídeo exibido estava fora de contexto”. “Quando a Polícia Militar do DF adentrou no local, a situação já estava controlada pela tropa do Exército, com os manifestantes sob custódia. A PMDF não foi impedida de entrar no Palácio do Planalto”, disse a corporação na ocasião.
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