A junta militar de Mianmar declarou lei marcial em uma ampla área da maior cidade do país. Ou seja, os manifestantes agora podem ser julgados em tribunais militares, com reuniões restritas. Enquanto isso, as forças de segurança matavam dezenas de manifestantes no fim de semana em uma repressão cada vez mais letal à resistência ao golpe militar do mês passado.
Os acontecimentos foram o último revés para as esperanças de resolver a crise que começou com a tomada do poder pelos militares em 1º de fevereiro. Na ocasião, a junta derrubou o governo eleito de Aung San Suu Kyi. Um movimento popular surgiu em todo o país com protestos quase diários. Em resposta, o exército usa a violência para conter os manifestantes.
Conforme a mídia internacional, oito manifestantes foram mortos a tiros em todo o país após o fim de semana mais sangrento desde o golpe. No último domingo (14), as forças de segurança mataram pelo menos 38 pessoas e feriram dezenas depois que fábricas de propriedade de chineses no município foram deliberadamente incendiadas. Uma coluna de caminhões militares avançou em direção a um subúrbio de Yangon, maior cidade de Mianmar.
Lei marcial em Mianmar
Ainda no domingo, os militares impuseram o governo direto do exército na pobre área industrial e em outro município. Nesta segunda-feira (15), mais quatro distritos na maior cidade do país, bem como partes da cidade de Mandalay, foram colocados sob lei marcial. Em resumo, a lei marcial geralmente suspende todas as (ou parte das) liberdades fundamentais do cidadão, como o ato de se deslocar, de se reunir, ou de manifestar sua opinião.
Para complicar os esforços para organizar novos protestos, bem como a cobertura da crise pela mídia, o serviço de internet móvel foi cortado. No entanto, o acesso ainda está disponível por meio de conexões de banda larga fixa. O serviço de dados móveis foi usado para transmitir a cobertura de vídeo ao vivo dos protestos, muitas vezes mostrando forças de segurança atacando os manifestantes.
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