Alguns migrantes foram deportados ilegalmente da União Europeia por tropas polonesas. Nas proximidades da fronteira entre a Bielo-Rússia e a Polônia, foram encontrados migrantes presos em uma floresta.
No local, as temperaturas noturnas chegam a se fixar abaixo de zero, o que já resultou na morte de quatro pessoas na fronteira. Vale mencionar que o decreto de estado de emergência foi publicado tanto na Polônia quanto na Letônia e Lituânia. O estado foi declarado em meio a uma situação crítica de emergência em virtude dessas milhares de pessoas que tentam cruzar a fronteira da Bielo-Rússia sem sucesso.
Na oportunidade, a União Europeia acusou o presidente da Bielo-Rússia, Alexander Lukashenko, de se apropriar da situação dos imigrantes e usá-los como arma enquanto a Polônia proibiu trabalhadores humanitários e jornalistas na zona de fronteira. Até o momento já foram registradas cinco mortes de migrantes na fronteira, de acordo com os guardas locais. A situação tem se agravado desde o início da crise migratória no verão no leste da União Europeia.
Nos últimos meses, milhares de migrantes, sobretudo do Oriente Médio, tentaram ou conseguiram cruzar a fronteira para a Bielo-Rússia e outros países da UE, a qual acusou a Bielo-Rússia de esquematizar as ações, e assim, elevar o fluxo de migrantes como uma forma de retaliar as sanções impostas a Minsk. Segundo a polícia polonesa, um grupo de imigrantes iraquianos foi detido nos últimos dias a cerca de 500 metros da fronteira.
“Um dos homens, embora tenha sido reanimado pela equipa de resgate, morreu, provavelmente devido a um ataque cardíaco”, declarou as autoridades locais em nota.
Somente no último domingo, 19, quatro imigrantes foram encontrados mortos na fronteira, a perícia indica a hipotermia como causa. Foi então que o governo polonês decidiu enviar milhares de soldados para a fronteira com a Bielo-Rússia, que soma mais de 400 km, para construir uma cerca de arame farpado ao longo de uma secção. O governo também implementou o estado de emergência local, proibindo jornalistas e ativistas de viajarem para a fronteira em busca de informações.
Representantes de organizações não-governamentais disseram que continuam em contato com os migrantes e que já registraram dezenas de expulsões à força. De acordo com o primeiro-ministro, Mateusz Morawiecki, a Polônia está empenhada em ajudar todos os imigrantes a atravessarem a fronteira com o país.
“Estamos a tentar ajudar e salvar a vida e a saúde de todos os migrantes ilegais que cruzaram a fronteira da Polônia e foram encontrados a tempo. Queremos que todos sejam tratados com dignidade”, escreveu em um post nas redes sociais.