A técnica de hacking [implementação de malware] evoluiu nos últimos anos e tem se consolidado cada vez mais. O sistema tem gerado preocupação em grandes companhias como a Microsoft, tendo em vista que ele pode estar relacionado a ataques cibernéticos contra a Ucrânia.
Neste sentido, há tempos a Microsoft clama pela elaboração de uma nova Convenção de Genebra, capaz de monitorar este espaço cibernético. É importante explicar que este tipo de ataque também é proibido por lei e considerado crime de guerra.
Nesta terça-feira, 1º de março, a companhia informou que, nas horas que antecederam a invasão da Rússia, um novo tipo de software, considerado “ofensivo e destrutivo” foi identificado pairando sob as instituições ucranianas. Também foram registrados inúmeros ataques cibernéticos com foco nos setores agrícola, de energia da Ucrânia, financeiro e comercial.
“Esses ataques a alvos civis levantam sérias preocupações sobre a Convenção de Genebra, e compartilhamos informações com o governo ucraniano sobre cada um deles”, escreveu o presidente da Microsoft, Brad Smith.
Desta forma, a Microsoft insiste em alegar que o impacto recairá sobre todos os civis, e que não se trata apenas de uma teoria. No ano de 2017, o presidente da Microsoft já havia informado que o aumento dos crimes digitais transacionais, bem como a violação de dados da Sony atribuída à Coreia do Norte apontaram a maneira como o ciberespaço se tornou promissor no campo de batalha.
Para Smith, uma Convenção de Genebra digital teria o poder de fazer os governos se comprometerem com a causa e abster-se do uso de ataques cibernéticos contra alvos civis além de infraestrutura crítica. O resultado principal seria evitar impedir que os países armazenassem vulnerabilidades de software, como fazem costumeiramente com outras armas estratégicas.
A Quarta Convenção de Genebra aconteceu no ano de 1949, tendo sido a primeira a abordar sobre o tratamento de civis em uma zona de guerra que refletiu drasticamente sobre a Segunda Guerra Mundial. Porém, na época a analogia parecia retórica. Isso porque, a linguagem utilizada se apropriava da diplomacia para descrever um modelo, aparentemente inovador para uma nova estrutura internacional limitando as consequências do hacking.
Entretanto, na alegação atual a Microsoft ressaltou precisamente a maneira como os ataques cibernéticos contra a Ucrânia preocuparam a lei internacional que dispõe sobre o tema. É importante explicar que a companhia não defende apenas uma Convenção de Genebra com o propósito de lidar com os ataques cibernéticos, mas sugere que os mesmos já deveriam ser tratados em acordos de crimes de guerra contemporâneos.