O ex-presidente da República Michel Temer (MDB) descartou que as Forças Armadas possam aderir a uma eventual tentativa de golpe caso o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), perca as eleições de outubro – hoje, o chefe do Executivo está atrás de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas de intenção de voto.
Segundo Michel Temer, que deu sua declaração durante o programa Canal Livre exibido no final da noite de domingo (17), uma ruptura institucional só acontece se as Forças Armadas “quiserem”, o que ele tem “convicção” de que não vai acontecer.
“Tenho absoluta convicção de que as Forças Armadas não entram nisso, portanto não haverá ruptura”, afirmou Michel Temer, que avaliou que as pessoas e corporações têm saído do seu “quadrado constitucional” e que é isso que está gerando “confusão”.
“O TSE errou quando chamou setores das Forças Armadas para colaborar com as eleições”, opinou o ex-presidente, completando que esse setor já atua historicamente de várias formas nos pleitos, em especial na logística das urnas, no transporte a áreas remotas do país.
Michel Temer confessa que terceira via têm poucas chances
O ex-presidente também comentou sobre a terceira via, cúpula criada para tentar acabar com a polarização em torno de Lula e Bolsonaro. A escolhida para ser o nome do movimento foi Simone Tebet, que pertence ao partido de Michel Temer.
De acordo com ele, existem poucas chances Simone Tebet vencer as eleições. Apesar disso, ele diz que a missão não é impossível. “Ela saiu de 1% e está chegando a 4%. Temos dois meses e meio pela frente. Isso já aconteceu, mas não é fácil”, afirmou.
Em outro momento, ele explicou que Simone Tebet “acabou ficando sozinha” depois que os partidos pregaram o discurso de que as legendas iriam se unir em torno de uma terceira via. “A terceira via esfarelou”, disse Michel Temer, que ainda admitiu que nem o próprio MDB conta hoje com uma unidade nacional.
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