Os militares que tomaram o poder em Mianmar na última segunda-feira (1º), com um golpe de Estado, restringiu o acesso ao às redes sociais na tentativa de conter a dissidência contra o novo regime. Facebook, Instagram e WhatsApp estão bloqueados no país desde esta quinta-feira (4).
O Ministério das Comunicações de Mianmar informou que o Facebook, que é rotineiramente usado por cerca de metade dos 53 milhões de birmaneses, ficará restrito até domingo (7). Isso porque acusa os usuários de “ameaçar a estabilidade do país” e usar a rede social para “espalhar desinformação e notícias falsas”.
Nos últimos dias, muitas pessoas usaram o Facebook para organizar manifestações e coordenar várias ações de desobediência civil. Na quarta-feira (3), por exemplo, dezenas de médicos saíram dos hospitais em protesto contra o golpe. Na noite anterior, centenas de pessoas fizeram panelaços nas varandas de diversar cidades de Mianmar.
O golpe em Mianmar
Na segunda-feira, os militares prenderam todos os principais líderes do partido da maioria, incluindo Aung San Suu Kyi, que era de fato a chefe do governo. Eles declararam estado de emergência por um ano, cortaram as linhas telefônicas na capital Naypyitaw e na cidade de Yangon e suspenderam as transmissões da televisão estatal.
Liderando o golpe estava o chefe das forças armadas birmanesas, o general Min Aung Hlaing, que mais tarde assumiu o papel de chefe do governo. Enquanto isso, o ex-general Myint Swe, que era um dos dois vice-presidentes desde 2016, foi nomeado presidente interino.
De acordo com a agência de notícias Reuters, Suu Kyi, de 75, não foi vista desde a prisão. A polícia a processou por importação ilegal e uso de seis rádios walkie-talkie encontrados na casa dela, na capital de Mianmar. Ela ficará detida pelo menos até 15 de fevereiro.