A Câmara dos Deputados do México aprovou na última quarta-feira (10) um projeto de lei que legaliza a maconha para uso recreativo, médico e científico. A legislação pode tornar o México como um dos maiores mercados para a indústria legal da cannabis, junto com o Canadá e o Uruguai.
O projeto recebeu 316 votos a favor e 129 contra. O texto segue então para o Senado, onde tem boas chances de aprovação, conforme a mídia local. O projeto também tem o apoio do presidente do México, Andrés Manuel Lopez Obrador, do partido de esquerda e com maioria no parlamento. Membros de dois partidos conservadores se opõem à legislação.
De acordo com a nova lei, o uso recreativo de maconha é permitido apenas para maiores de 18 anos e com licença. Dessa forma, essas pessoas podem portar até 28 gramas de cannabis, em vez dos cinco gramas permitidos atualmente. Além disso, podem cultivar até oito plantas em casa para uso pessoal.
Acima de tudo, o governo espera tirar o poder dos cartéis de drogas e acabar parcialmente com a guerra contra os narcotraficantes, que causa milhares de mortes todos os anos.
A legalização pode combater o tráfico no México?
O presidente mexicano, Lopez Obrador, argumenta que a legislação pode combater a violência relacionada às drogas e melhorar a segurança do país. Os defensores do presidente acreditam que a legalização pode diminuir a influência dos poderosos cartéis que controlam o lucrativo comércio de drogas do país.
Desde que assumiu o poder, em 2018, Obrador implementou uma estratégia que visa combater a pobreza e a desigualdade social como forma de diminuir a violência relacionada com as drogas. O presidente do México declarou o fim da guerra contra as drogas do México, mas a violência dos cartéis disparou nos últimos anos. A guerra já matou mais de 300 mil pessoas desde quando iniciou em 2006.