Os trabalhadores do país continuam enfrentando muitos desafios para pagar as contas do mês. Enquanto a inflação do país cresce expressivamente a cada mês, os reajustes salariais continuam apresentando variações bem menos intensas.
De acordo com um levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), apenas 16,8% dos acordos e convenções coletivas realizados em 2021 superaram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). A saber, o INPC é usado como referência para reajustes salariais e benefícios do INSS no país.
Enquanto isso, 49,8% dos 12.334 reajustes salariais que ocorreram entre janeiro e outubro deste ano ficaram abaixo do INPC. Em resumo, isso quer dizer que tais negociações oferecem menor poder de compra ao consumidor. E a situação do brasileiro não segue positiva, visto que a inflação elevada também faz os juros dispararem no país.
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Além disso, o Dieese revelou que 65,1% das correções salariais negociadas em outubro ficaram abaixo do INPC. Por outro lado, os acordos com valores acima do índice corresponderam a apenas 13,8% do total. Assim, 21,1% das correções ficaram em percentual igual ao da inflação.
Por falar nisso, o INPC acumula expressiva alta de 11,08% em 12 meses, encerrados em outubro. A taxa estava em 10,78% no mês anterior. A saber, o índice se refere às famílias que possuem rendimento mensal de um a cinco salários mínimos.
Tudo isso é bastante prejudicial para o consumidor do país. Segundo o técnico do Dieese, Luis Ribeiro, os trabalhadores estão perdendo cada vez mais força em relação aos empregadores nessas negociações coletivas. Em suma, esta realidade vem prejudicando o salário, os benefícios e até o plano de carreira dos trabalhadores.
“O cenário é ruim. O fato de a maioria das categorias não estar repondo a inflação vai gerar um efeito cascata em 2022, com queda no poder de compra, no consumo e, consequentemente, na produção”, afirmou Ribeiro.
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