O ministro da Economia Paulo Guedes não quer saber de conversa e bate o pé quando o assunto é reajuste salarial para os servidores. Isso porque, mesmo com a ameaça de greve, o chefe da pasta continua dizendo que defende a ideia de que não seja concedido aumento para nenhuma categoria do funcionalismo.
De acordo com a agência de notícias “Reuters”, a posição de Paulo Guedes não tem espaço para flexibilidade e, neste sentido, ele não defende o reajuste nem para os profissionais da segurança pública, a única classe mencionada no Orçamento de 2022 – cerca de 1,7 bilhão de reais foram separados para a categoria.
Segundo a agência, três pessoas próximas de Paulo Guedes afirmam que as pressões não alteraram o posicionamento do ministro até o momento sobre o reajuste, que deverá ser definido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que sancionou o Orçamento reservando a quantia para o tema, mas tem dado sinais divergentes sobre o assunto.
Isso porque, depois de ter afirmado que o governo daria aumento aos servidores da segurança pública, o chefe do Executivo disse recentemente que não garante aumento salarial para ninguém do serviço público. Além disso, assim como publicou o Brasil123 na terça-feira (25), pessoas próximas revelaram que o chefe do Executivo foi convencido, pelo menos temporariamente, a não conceder os aumentos.
Já Paulo Guedes, apesar de ter adotado o silêncio publicamente, continua sendo enfático, afirmaram seus auxiliares à “Reuters”, de que os pedidos do funcionalismo públicos não podem ser atendidos no momento. Segundo o ministro, “não há sentido em conceder aumentos salariais no serviço público em um momento de pandemia, com a atividade ainda impactada pela crise sanitária e com trabalhadores do setor privado sem acesso a ganhos salariais relevantes”.
Não suficiente, membros do Ministério afirmam que Paulo Guedes ressalta que, no caso de um reajuste exclusivo, pode haver uma reação em cadeia, com pedidos e pressões de outras carreiras.
Questão somente será decidida em março
De todo o modo, o tema reajuste salarial dos servidores federais deve se arrastar até o final de março. Até lá, de um lado, Bolsonaro terá as categorias policiais que ouviram de Bolsonaro a promessa de reajustes e insistem que o presidente cumpra com sua palavra e conceda o aumento.
Do outro, estão os aliados do presidente, como Paulo Guedes, que defendem que o aumento não deve ser estendido a nenhum dos servidores, muito por conta da atual situação econômica do país.
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