Não importa para onde a pessoa olhe, parece que o mundo vive novamente o fatídico ano de 2020. O surgimento da pandemia da Covid-19 afundou a atividade econômica global no ano passado, sem contar nas milhões de pessoas que perderam suas vidas por causa do coronavírus. E os mercados acionários também não conseguiram escapar.
Embora o número de pessoas imunizadas contra a Covid-19 aumente gradativamente, a variante Delta age completamente ao contrário. A cepa mais transmissível já sequenciada do novo coronavírus está elevando os números de casos e mortes em todo o planeta há semanas.
Na China, a situação fica ainda mais crítica. Em resumo, diversas repressões regulatórias estão fazendo os investidores fugirem do país. A confiança dos mercados fica cada vez mais abalada. Muitos não sabem quais serão os próximos alvos dos reguladores.
Por isso, o mercado de ações da China registrou a saída de mais de US$ 560 bilhões em valor de mercado nesta semana. A saber, esse valor saiu das bolsas de valores de Hong Kong e da China continental. E a expectativa é que isso continue nos próximos dias.
Entenda como as pressões regulatórias afetam o mercado de ações
Em suma, as autoridades chinesas são conhecidas pela repressão em diversos setores. Por exemplo, no final de julho, muitos investidores fugiram do país devido às regras que proibiam aulas que visassem o lucro em disciplinas escolares básicas. À época, novas regulamentações em relação a empresas de tecnologia também afugentou os operadores.
Agora, as autoridades de política monetária estão dispostos a persistirem até conterem os preços das propriedades. Isso elevou a tensão entre os mercados, fazendo o crédito corporativo cair ainda mais nesta sexta-feira (20). Na verdade, não há um fator específico, mas os investidores não sabem para onde correr, porque notícias dessa natureza surgem quase diariamente.
Além disso, dados mais recentes sobre a produção industrial e o varejo da China vieram abaixo do esperado. Os temores envolvendo a recuperação da segunda maior economia global indicam que as autoridades do país talvez estejam reprimindo os setores e empresas num momento pouco oportuno.
Diante de todas estas notícias, o índice Hang Seng Tech de Hong Kong afundou 2,5% nesta sexta, atingindo uma nova mínima recorde. Aliás, na comparação com fevereiro, o tombo chega a expressivos 48%. Isso aconteceu porque o setor de tecnologia liderou as perdas do dia. Como se trata de um segmento muito procurado por investidores estrangeiros, boa parte deles está vendendo em massa as ações que possuem.
Por fim, o índice Hang Seng recuou 1,8% no pregão, chegando a uma queda de 5,8% na semana. Em síntese, esse foi o maior tombo do índice desde março de 2020, auge da pandemia no ano passado. Já a moeda da China, o iuan, teve a sua maior queda semanal em dois meses.
Leia Mais: Dólar cai nesta sexta (20), mas encerra terceira semana consecutiva em alta