O Banco Central (BC) atualizou nesta segunda-feira (8) o seu relatório Focus, que traz projeções de mais de cem instituições do mercado financeiro. E esta é a 31ª semana consecutiva em que os analistas elevaram suas estimativas para inflação do país em 2021.
Nesta atualização, a média das projeções fez a inflação crescer 0,14 ponto percentual (p.p). Com isso, a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 9,17% para 9,33%. Há quatro semanas, a taxa estava em 8,59%, revelando que a taxa vem acelerando cada vez mais nos últimos tempos.
Além disso, os economistas do mercado financeiro também elevaram o juro para 2022, que subiu de 4,55% para 4,63%. Aliás, esta é a 16ª alta seguida, o que mostra que o mercado também está pessimista para o próximo ano. Já para 2023, a projeção se manteve em 3,27%, enquanto para 2024 passou de 3,07% para 3,10%, terceira alta seguida.
Entenda como a inflação é definida no Brasil
A saber, a taxa da inflação é determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2021, o órgão definiu a meta da inflação em 3,75%. No entanto, o CMN também tem definido um intervalo de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo. Por isso, a meta para a inflação de 2021 é de 3,75% e o intervalo varia de 2,25% a 5,25%.
Isso quer dizer que a inflação pode chegar até 5,25% no final de 2021 e, mesmo assim, ela não extrapolará o limite da meta. Contudo, a projeção do mercado para 9,33% supera em mais de quatro pontos percentuais o limite superior definido pelo CMN.
A propósito, o conselho também define a meta para a inflação de três anos seguidos, alterando os valores caso haja necessidade. A partir disso, o BC deve adotar medidas para alcançar a meta, pois uma inflação estável permite maior crescimento econômico, visto que há redução nas incertezas do país.
Aliás, a inflação é medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em suma, o IPCA, calculado pelo IBGE, é considerado a inflação oficial do Brasil. Inclusive, a inflação acumulada neste ano está em 6,90% e chega a 10,25% nos últimos 12 meses.
Estimativa para o PIB cai, mas fica estável com dólar e Selic
O relatório Focus também reportou que a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2021 caiu pela quarta semana seguida, de 4,94% para 4,93%. A estimativa para 2022 também recuou (1,20% para 1,00%), quinta queda consecutiva. Já para 2023, a taxa se manteve em 2,00% e, para 2024, caiu de 2,20% para 2,05%.
O BC também revelou que o mercado financeiro acredita que o dólar encerrará o ano cotado a R$ 5,50, mesma projeção da semana anterior. Da mesma forma, os analistas também mantiveram a estimativa estável para 2022, em R$ 5,50. Já para 2023, a taxa passou de R$ 5,25 para R$ 5,30, enquanto permaneceu em R$ 5,20 para 2024.
Por fim, a taxa básica de juros do país, a Selic, não teve variação nesta atualização e os analistas continuam acreditando que a taxa encerrará o ano em 9,25%. A saber, o BC elevou a taxa Selic em 1,5 ponto percentual em 22 de setembro, para 7,75%. Esse é o maior nível da Selic desde 2017. E a expectativa é que a taxa ainda suba mais 1,5 ponto percentual até o final do ano.
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