O Banco Central (BC) atualizou nesta segunda-feira (22) o seu relatório Focus, que traz projeções de mais de cem instituições do mercado financeiro. A saber, os analistas elevaram pela 33ª semana consecutiva as suas estimativas para inflação do país em 2021.
Nesta atualização, a projeção do mercado financeiro avançou em 0,35 ponto percentual (p.p). Com isso, a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 9,77% para 10,12%, primeira vez que supera os 10%. Há quatro semanas, a taxa estava em 8,96%, revelando que a taxa vem acelerando cada vez mais nos últimos tempos.
Além disso, os economistas do mercado financeiro também elevaram a inflação para 2022, que subiu de 4,79% para 4,96%. Aliás, esta é a 18ª alta seguida, indicando que o mercado permanece pessimista para o próximo ano. Para 2023, a projeção subiu de 3,32% para 3,42%, enquanto passou de 3,09% para 3,10% para 2024.
Entenda como a inflação é definida no Brasil
A saber, a taxa da inflação é determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2021, o órgão definiu a meta da inflação em 3,75%. No entanto, o CMN também tem definido um intervalo de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo. Por isso, a meta para a inflação de 2021 é de 3,75% e o intervalo varia de 2,25% a 5,25%.
Isso quer dizer que a inflação pode chegar até 5,25% no final de 2021 e, mesmo assim, ela não extrapolará o limite da meta. Contudo, a projeção do mercado para 9,77% supera em 4,5 pontos percentuais o limite superior definido pelo CMN.
A propósito, o conselho também define a meta para a inflação de três anos seguidos, alterando os valores caso haja necessidade. A partir disso, o BC deve adotar medidas para alcançar a meta, pois uma inflação estável permite maior crescimento econômico, visto que há redução nas incertezas do país.
Aliás, a inflação é medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em suma, o IPCA, calculado pelo IBGE, é considerado a inflação oficial do Brasil. Inclusive, a inflação acumulada neste ano está em 8,24% e chega a 10,67% nos últimos 12 meses.
Estimativa para o PIB cai, enquanto dólar e Selic ficam estáveis
O relatório Focus também reportou que a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2021 caiu pela sexta semana seguida, de 4,88% para 4,80%. A estimativa para 2022 também recuou (0,93% para 0,70%), sétima queda consecutiva. Já para 2023 e 2024, a taxa se manteve em 2,00% em ambos os anos.
O BC também revelou que o mercado financeiro acredita que o dólar encerrará o ano cotado a R$ 5,50, mesma projeção das últimas três semanas. Da mesma forma, os analistas também mantiveram a estimativa estável para 2022, em R$ 5,50, e para 2023, em R$ 5,30. Já para 2024, a previsão é que o dólar alcance em R$ 5,28, contra R$ 5,25 na semana anterior.
Por fim, a taxa básica de juros do país, a Selic, não teve variação nesta atualização e os analistas continuam acreditando que a taxa encerrará o ano em 9,25%. A saber, o BC elevou a taxa Selic em 1,5 ponto percentual em 22 de setembro, para 7,75%. Esse é o maior nível da Selic desde 2017. E a expectativa é que a taxa ainda suba 1,5 ponto percentual até o final do ano.
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