O mercado financeiro elevou pela décima terceira semana seguida a projeção para a inflação do Brasil em 2021. Com uma alta de 0,10 ponto percentual (p.p), a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu para 6,07%, ultrapassando a casa dos 6% pela primeira vez para 2021.
A saber, a previsão alcançava 5,44% há quatro semanas. No entanto, na semana seguinte, disparou para 5,82% e ultrapassou o limite superior para a inflação neste ano. Vale destacar que a meta da inflação é definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), e a taxa ficou em 3,75% para 2021.
As informações estão presentes no relatório Focus, do Banco Central (BC), divulgado nesta segunda-feira (5). A propósito, a taxa para 2022 caiu levemente, de 3,78% para 3,77%. No entanto, permaneceu em 3,25% para os anos de 2023 e 2024.
Inflação se afasta cada vez mais do limite definido
Em síntese, o CMN define a meta para a inflação de três anos seguidos, alterando os valores caso haja necessidade. A partir disso, o BC deve adotar medidas para alcançar a meta, pois uma inflação estável permite maior crescimento econômico, visto que há redução nas incertezas do país.
Nesse sentido, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem papel muito importante. Em suma, o IPCA, calculado pelo instituto, funciona como previsão oficial da inflação. Além disso, o CMN tem definido um intervalo de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo.
Por isso, a meta para a inflação de 2021 é de 3,75% e o intervalo varia de 2,25% a 5,25%. Assim, a projeção do mercado para 6,07% supera em muito a meta a ser perseguida pelo BC, ultrapassando também o limite superior definido.
Estimativa para o PIB sobe novamente
De acordo com o relatório Focus, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve crescer 5,18% em 2021. Na comparação com a última previsão do mercado, houve alta de 0,13 p.p. Aliás, esta é a décima primeira semana consecutiva com estimativas mais animadoras.
Por outro lado, houve uma tímida retração na projeção para 2022 (-0,01 p.p.), que passou de 2,11% para 2,10%. Já para os anos de 2023 e 2024, as estimativas continuaram as mesmas: o PIB deve crescer 2,50% em cada ano.
Por fim, o dólar deve encerrar cotado a R$ 5,04, patamar inferior ao da última estimativa (R$ 5,10). Por sua vez, as projeções para a taxa básica de juros, a Selic, se mantiveram estáveis na semana em 6,50%. A propósito, a Selic estava em 5,70% há quatro semanas.
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