O Banco Central (BC) atualizou nesta segunda-feira (7) o seu relatório Focus, que traz projeções de mais de cem instituições do mercado financeiro. A saber, os analistas elevaram pela quarta semana consecutiva as suas estimativas para inflação do país em 2021.
Nesta atualização, a projeção do mercado financeiro avançou em 0,06 ponto percentual (p.p). Com isso, a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 5,38% para 5,44%.
Já para os três anos seguintes, os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções estáveis em: 3,50%, 3,00% e 3,00% para 2023, 2024 e 2025, respectivamente.
Entenda como a inflação é definida no Brasil
Em suma, a taxa da inflação é determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), e o órgão definiu a meta da inflação em 3,50% para 2022. Aliás, o CMN também define um intervalo de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo, ou seja, a taxa pode variar de 2,00% a 5,00% até o final de 2022 que não extrapolará o limite superior da meta.
A partir disso, o BC deve adotar medidas para alcançar a meta, pois uma inflação estável permite maior crescimento econômico, visto que há redução nas incertezas do país.
Vale destacar que a inflação é medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em resumo, o IPCA, calculado pelo instituto, é considerado a inflação oficial do Brasil. Inclusive, a inflação acumulada em 2021 ficou em 10,06%, maior patamar desde 2015 (10,67%). A taxa também superou levemente as projeções dos analistas (9,99%).
PIB, dólar e Selic se mantêm estáveis
A publicação também trouxe as novas projeções dos analistas sobre o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. A saber, o PIB do país deve crescer 0,30% neste ano, mesma taxa que a da semana passada. Já para 2023, a estimativa caiu de 1,55% para 1,53%, enquanto se manteve estável em 2,00% para 2024 e 2025.
Vale destacar que, para 2021, o mercado financeiro estimou um avanço de 4,50% do PIB nacional. A saber, o IBGE divulgará os dados do desempenho da economia brasileira no quarto trimestre e em todo o ano de 2021 apenas em março.
O BC também revelou que o mercado financeiro acredita que o dólar encerrará 2022 cotado a R$ 5,60, mesma taxa das últimas seis semanas. A propósito, os analistas estimavam que a moeda norte-americana ficaria em R$ 5,60 também em 2021, mas a forte queda no último pregão do ano fez a divisa encerrar 2021 cotada a R$ 5,57.
Para 2023, os analistas também mantiveram as suas projeções estáveis e o dólar deve encerrar o ano cotado a R$ 5,50. Já para 2024, houve uma leve queda na estimativa para a moeda norte-americana (R$ 5,40 para R$ 5,39), assim como para 2025 (R$ 5,39 para R$ 5,35).
Por fim, o mercado financeiro acredita que a taxa básica de juros do país, a Selic, encerrará 2022 a 11,75% ao ano. Em síntese, o BC se reuniu na semana passada para definir os juros do Brasil. Em 2021, o BC elevou a taxa Selic sete vezes devido à alta inflação. Assim, a taxa alcançou o maior patamar em mais de quatro anos.
Já na primeira reunião de 2022, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou mais uma vez os juros, que alcançaram o maior nível em quase cinco anos. A propósito, a taxa de juros deve ficar em 8,00% ao ano em 2023 e em 7,00% ao ano em 2024 e 2025, segundo estimativas dos analistas.
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