As novas projeções do mercado financeiro para a economia do país ficaram bastante negativas nesta semana. A saber, o Banco Central (BC) atualizou nesta segunda-feira (25) o seu relatório Focus, que traz projeções de mais de cem instituições do mercado financeiro. E esta é a 29ª semana consecutiva em que os analistas elevaram suas estimativas para inflação do país em 2021.
Nesta atualização, a média das projeções fez a inflação saltar 0,27 ponto percentual (p.p). Com isso, a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 8,69% para 8,96%. Há quatro semanas, a taxa estava em 8,45%.
Além disso, os economistas do mercado financeiro também elevaram fortemente o juro para 2022, que disparou de 4,18% para 4,40%, 14ª alta seguida. Isso mostra que a expectativa para a inflação no ano que vem também piora a cada semana. Aliás, a taxa também subiu tanto para 2023 (3,25% para 3,27%) quanto para 2024 (3,00% para 3,02%).
Entenda como a inflação é definida no Brasil
A saber, a taxa da inflação é determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2021, o órgão definiu a meta da inflação em 3,75%. No entanto, o CMN também tem definido um intervalo de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo. Por isso, a meta para a inflação de 2021 é de 3,75% e o intervalo varia de 2,25% a 5,25%.
Isso quer dizer que a inflação pode chegar até 5,25% no final de 2021 e, mesmo assim, ela não extrapolará o limite da meta. Contudo, a projeção do mercado para 8,96% supera em mais de três pontos percentuais o limite superior definido pelo CMN.
A propósito, o conselho também define a meta para a inflação de três anos seguidos, alterando os valores caso haja necessidade. A partir disso, o BC deve adotar medidas para alcançar a meta, pois uma inflação estável permite maior crescimento econômico, visto que há redução nas incertezas do país.
Aliás, a inflação é medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em suma, o IPCA, calculado pelo IBGE, é considerado a inflação oficial do Brasil. Inclusive, a inflação acumulada neste ano está em 6,90%, enquanto chega a 10,25% nos últimos 12 meses.
Estimativas para PIB, dólar e Selic pioram
O relatório Focus também reportou que a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2021 caiu pela segunda semana seguida, de 5,01% para 4,97%. A estimativa para 2022 também recuou (1,50% para 1,40%), terceira queda consecutiva, bem como para 2023 (2,10% para 2,00%) e 2024 (2,50% para 2,25%).
Por fim, o dólar deve encerrar o ano cotado a R$ 5,45, o que corresponde a uma alta de R$ 0,20 em apenas uma semana. Aliás, os analistas também elevaram o dólar para os três anos seguidos: 2022 (R$ 5,25 para R$ 5,45), 2023 (R$ 5,10 para R$ 5,20) e 2024 (R$ 5,07 para R$ 5,10). Isso mostra que o mercado acredita que o dólar não cairá para abaixo de R$ 5,00 nos próximos anos, pelo menos se o cenário atual se mantiver.
Por fim, a taxa básica de juros do país, a Selic, também disparou nesta atualização, de 8,25% ao ano para 8,75% ao ano. A saber, o BC elevou a taxa Selic em 1,0 ponto percentual em 22 de setembro, para 6,25%. Esse é o maior nível da Selic em mais de dois anos. E a expectativa é que a taxa ainda suba mais 2,5 pontos percentuais até o final do ano.
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