O Banco Central (BC) atualizou nesta segunda-feira (18) o seu relatório Focus, que traz projeções de mais de cem instituições do mercado financeiro sobre a economia brasileira. A saber, esta é a 28ª semana consecutiva em que os analistas elevaram suas estimativas para inflação do país em 2021.
Nesta atualização, a média das projeções fez a inflação subir 0,10 ponto percentual (p.p). Com isso, a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 8,59% para 8,69%. Há quatro semanas, a taxa estava em 8,35%.
Além disso, os economistas do mercado financeiro também elevaram o juro para 2022, que passou de 4,17% para 4,18%, 13ª alta seguida. Isso mostra que a expectativa para a inflação no ano que vem também piora a cada semana. Enquanto isso, a taxa se manteve estável em 3,25% para 2023 e em 3,00% em 2024.
Entenda como a inflação é definida no Brasil
A saber, a taxa da inflação é determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2021, o órgão definiu a meta da inflação em 3,75%. No entanto, o CMN também tem definido um intervalo de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo. Por isso, a meta para a inflação de 2021 é de 3,75% e o intervalo varia de 2,25% a 5,25%.
Isso quer dizer que a inflação pode chegar até 5,25% no final de 2021 e, mesmo assim, ela não extrapolará o limite da meta. Contudo, a projeção do mercado para 8,69% supera em mais de três pontos percentuais o limite superior definido pelo CMN.
A propósito, o conselho também define a meta para a inflação de três anos seguidos, alterando os valores caso haja necessidade. A partir disso, o BC deve adotar medidas para alcançar a meta, pois uma inflação estável permite maior crescimento econômico, visto que há redução nas incertezas do país.
Aliás, a inflação é medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em suma, o IPCA, calculado pelo IBGE, é considerado a inflação oficial do Brasil. Inclusive, a inflação acumulada neste ano está em 6,90%, enquanto chega a 10,25% nos últimos 12 meses.
Veja estimativas para PIB, dólar e Selic
O relatório Focus também reportou que a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2021 voltou a cair após quatro semanas de estabilidade (5,04% 5,01%). Da mesma forma, a estimativa para 2022 recuou (1,54% para 1,50%), segunda queda, bem como para 2023 (2,20% para 2,10%). Em contrapartida, a projeção subiu de 2,46% para 2,50% para 2024.
Por fim, o dólar deve encerrar o ano cotado a R$ 5,25, mesma taxa da semana anterior. A taxa básica de juros do país, a Selic, também se manteve estável nesta atualização, em 8,25% ao ano. A saber, essa é a quarta taxa seguida de estabilidade.
Por fim, o BC elevou a taxa Selic em 1,0 ponto percentual no último dia 22, para 6,25%. Esse é o maior nível da Selic em mais de dois anos. E a expectativa é que a taxa ainda suba mais 2,0 pontos percentuais até o final do ano.
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