As projeções para o mercado de crédito no Brasil apontam para um desempenho robusto. A saber, após o crescimento atípico registrado em 2020 e 2021, a carteira total de crédito manteve-se em expansão forte em 2022 e deverá seguir acima do crescimento observado no período pré-pandemia (6,5% em 2019) em 2023, elevando-se em 8,2%, revela a Pesquisa FEBRABAN de Economia Bancária e Expectativas.
As projeções feitas pelos bancos sobre o mercado de crédito em 2023 apontam um leve recuo ante a pesquisa anterior, de novembro, que previa alta de 8,4%.
Vale destacar que essa queda se deve à menor expectativa de crescimento econômico e taxas de juros mais altas.
Sobre a pesquisa do mercado de crédito
A Pesquisa FEBRABAN, realizada com 20 bancos entre 13 e 20 de dezembro, é feita a cada 45 dias, logo após a divulgação da Ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), e reúne as percepções das instituições financeiras sobre o documento do Banco Central e as projeções para o desempenho das carteiras de crédito no ano corrente e no próximo.
Crédito
Para 2023, o ligeiro recuo do aumento da carteira de crédito (de 8,4% para 8,2%) é resultado da expectativa de menor crescimento da carteira com recursos livres (de 10,0% para 8,6%), enquanto a expectativa para a carteira com recursos direcionados subiu (de 6,1% para 7,7%).
Para 2022, a elevação da projeção da carteira total deve-se à expansão esperada para a carteira com recursos direcionados, cuja expectativa subiu de 10,2% (novembro) para 13,3%.
A projeção para a carteira pessoa física direcionada passou de 13,1% para 16,7%, diante do forte desempenho do crédito rural.
Já a expectativa de alta da carteira pessoa jurídica (PJ) subiu de 5,3% para 7,3%, diante da nova rodada dos programas públicos de crédito (Pronampe e PEAC-FGI), que seguem demonstrando elevada demanda.
A projeção para a carteira com recursos livres caiu, passando de uma alta de 17,3% para 16,3%.
A piora foi puxada pela carteira PJ (de 14,3% para 12,9%), que tem mostrado menor dinamismo recentemente, provavelmente, por conta da maior oferta de crédito direcionado e sinais de desaceleração da atividade.
“Enquanto isso, a projeção para a expansão da carteira pessoa física livre subiu de 18,2% para 19,0%, refletindo o forte desempenho das linhas atreladas ao consumo, como o cartão de crédito e crédito pessoal”, explica Rubens Sardenberg.
Os números do ano serão divulgados pelo Banco Central no final de janeiro.
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Inadimplência
A pesquisa também mostra piora das expectativas para a inadimplência da carteira livre.
Para 2022, a projeção subiu de 4,3% (em novembro) para 4,4%, enquanto para 2023 avançou de 4,4% para 4,7%. Em outubro, a inadimplência desta carteira estava em 4,2%.
Fonte: Federação Brasileira dos Bancos
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