Uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) afirma que os Microempreendedores Individuais (MEI) possuem renda maior que os trabalhadores formais, no regime de CLT. Além disso, o estudo aponta que a escolaridade também é maior entre aqueles que não possuem vínculo empregatício. O levantamento levou em conta os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD).
Com os resultados, especialistas levantam alertas sobre os dados do mercado de trabalho. Vale lembrar que, nos últimos anos, o rendimento médio do trabalhador brasileiro cresceu pouco.
MEI ganha mais que CLT
Um estudo da FGV afirma que quem é MEI ganha, na média, mais que um trabalhador formal no regime CLT. Para chegar à conclusão, o instituto usou dados de mais de 5 milhões de microempreendedores individuais que afirmam contribuir para a Previdência Social. Os dados foram captados no terceiro trimestre do ano passado.
Os dados apontam que uma boa parte dos MEIs possui ensino superior completo, cerca de 31,3%. Entre as pessoas com carteira assinada, o percentual é menor, cerca de 22,4%. Além disso, o estudo mostra que os empreendedores estudam cerca de 12,2 anos, enquanto os trabalhadores formais estudam 11,8 anos, em média. Os dados também mostram as diferenças para quem trabalha por conta própria, sem regime de trabalho.
Nesse perfil de trabalho, cerca de 15,7% possuem superior completo, ao passo que 31% possui ensino fundamental incompleto. Entre o perfil dos MEIs, apenas 13,4% possui ensino fundamental incompleto. Com os resultados, especialistas afirmam que baixa escolaridade pode estar associada a regimes de trabalho piores, no sentido de seguridade social.
Além disso, quem é MEI tem a maior renda média, segundo o estudo. Em média, esse perfil de trabalhador ganha R$ 3.783 por mês, enquanto trabalhadores com carteira assinada ganham R$ 2.650. Quem trabalha por conta própria ganha, em média, R$ 2.183 e os trabalhadores informais ganham R$ 1.864.
É preciso ter cuidado ao ver os dados
Apesar do levantamento, especialistas dizem que é preciso ter cuidado ao analisar os dados. Isso porque quem é MEI normalmente opta por esse perfil de trabalho. Com isso, se tornar um microempreendedor individual não quer dizer, necessariamente, que você ganhará mais. Além disso, é preciso ressaltar que existem empregos de carteira assinada pagando valores bem maiores que a média do estudo.
Por isso, a dica de especialistas em mercado de trabalho é a especialização, independente de ser MEI ou empregado com carteira. Isso porque quanto maior a escolaridade, maior tende a ser a remuneração do profissional. Além disso, uma excelente ideia para aumentar a remuneração é participar de aplicativos voltados para o mercado de trabalho, como o LinkedIn.
Especialistas ainda alertam que qualquer tipo de especialização é bem-vinda. Por isso, até mesmo cursos online e faculdades à distância permitem que você tenha uma remuneração maior, seja sendo MEI, seja escolhendo por outras metodologias de trabalho.