Um desdobramento preocupante do caso da 123Milhas aconteceu nesta semana. Uma das empresas do grupo pediu recuperação judicial, que é uma medida de travar as dívidas para a recuperação contábil da empresa. A MaxMilhas, que entrou com o pedido, é conhecida por ser uma agência virtual de turismo com preços acessíveis.
Para especialistas, o processo ainda deve ser demorado. Isso porque a recuperação judicial da 123Milhas foi recusada. Contudo, o intuito é juntar mais documentos para a medida, além de haver uma blindagem de 180 dias. A MaxMilhas quer se juntar ao processo.
O processo de recuperação judicial da 123Milhas
A abertura do processo de recuperação judicial da 123Milhas, que tem a MaxMilhas no grupo empresarial, levanta diversos questionamentos, em especial dos clientes. Isso porque o problema financeiro da empresa contrasta com milhares de viagens já agendadas pelos passageiros. Ao todo, o valor da causa pode chegar a R$ 2,30 bilhões.
A crise da empresa de turismo começou com a divulgação do cancelamento da emissão das passagens da linha promocional. O veto aconteceu para quem tinha passagens de valores mais baixos, com embarque previsto para setembro a dezembro deste ano. Contudo, a justiça negou o pedido da 123Milhas para incluir mais documentos ao processo. Por conta disso, a MaxMilhas pediu para incluir o trâmite judicial.
Caso isso aconteça, a empresa entra em um processo de renegociação com os fornecedores e parceiros, e vai definir uma escala de pagamento e também novos valores, caso haja esse intuito. Porém, especialistas dizem que a receita da empresa deve sofrer bastante, principalmente por conta da má impressão dos clientes sobre a marca e também por conta da perda de confiança na 123Milhas.
Em nota, a empresa disse que “a Recuperação Judicial permitirá concentrar em um só juízo todos os valores devidos. A empresa avalia que, desta forma, chegará mais rápido a soluções com todos os credores para, progressivamente, reequilibrar sua situação financeira”.
MaxMilhas pediu inclusão no processo
Uma das empresas do grupo 123Milhas, a MaxMilhas, solicitou à Justiça a integração de sua recuperação judicial ao processo da empresa principal do grupo. Na prática, tudo entraria em negociação em conjunto, o que, segundo especialistas, faz sentido.
Em nota, a empresa disse que “ainda que a Maxmilhas tenha uma operação independente, o mercado de agências de turismo online tem sido bastante impactado, o que vem dificultando significativamente a capacidade financeira da Maxmilhas”. Em outras palavras, a empresa cita que está com dificuldades financeiras em decorrência dos problemas da empresa principal do grupo.
Para os clientes, a sugestão é evitar a compra de passagens por sites externos aos das empresas aéreas. Além disso, outras grandes agências de turismo, como a CVC, seguem com os balanços positivos e entregando os pacotes de turismo para seus clientes.