Nesta terça-feira, dia 6 de junho, o tenente-coronel, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, voltou a permanecer em silêncio durante um depoimento na sede da Polícia Federal.
Mauro Cid foi chamado para explicar conversas alusivas a uma tentativa de golpe de estado. Na perícia feita no telefone apreendido com ele no dia em que foi preso, foram encontradas várias conversas com pessoas ligadas a ele e ao ex-presidente Bolsonaro sobre tratativas e tramas para inviabilizar a posse do então candidato Lula e manter Jair Bolsonaro no poder.
Situação de Mauro Cid
Preso desde o início de maio, no depoimento à Controladoria Geral da União (CGU), o tenente-coronel Mauro Cid voltou a afirmar que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se articulou para recuperar as joias retidas pela Receita Federal, presente dado pelo governo da Arábia Saudita a ele e à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, e que deveriam ser incorporadas ao Arquivo Público, ao invés de ficar nos bolsos da família Bolsonaro. As joias são avaliadas em mais de R$ 16 milhões.
Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, confirmou que foi informado sobre o presente em dezembro de 2022 e procurou verificar a possibilidade de regularizar as joias. Durante o depoimento, Cid esclareceu que o pedido de Bolsonaro foi um desejo, não uma ordem direta.
O tenente-coronel também revelou que consultou o secretário especial da Receita Federal, Júlio César Vieira Gomes, que confirmou a existência das joias retidas e a solicitação de liberação feita pelo então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, em novembro de 2021.
Outros depoimentos
A relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), senadora Eliziane Gama (PSD-MA), apresentou nesta terça-feira (6/6), junto de seu plano de trabalho, 33 requerimentos de convocação para depoimentos no colegiado.
Além de Mauro Cid, outras autoridades foram citadas como o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
Também está na lista os ex-ministros do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Augusto Heleno e general Gonçalves Dias; o ex-chefe do Comando Militar do Planalto, general Dutra; o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques; e o secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli.
Os pedidos incluem ainda presos e investigados por participar ou financiar os atos do 8 de janeiro, bem como a tentativa de ataque a bomba ao aeroporto de Brasília, na véspera do Natal do ano passado. Também foram apresentados requerimentos para acesso a informações de órgãos como a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)