Mauro Cid, tenente-coronel e ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), prestou depoimento para agentes da Polícia Federal (PL) pela sexta vez – a oitiva aconteceu na sede da entidade, isto é, na Asa Norte de Brasília, no Distrito Federal. De acordo com informações do canal “CNN Brasil” divulgadas neste sábado (01), o depoimento aconteceu na sexta (30) e, na ocasião, Mauro Cid foi questionado sobre o 08 de janeiro, quando apoiadores radicais de Bolsonaro invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes – Supremo Tribunal Federal (STF), Congresso Nacional e Palácio do Planalto.
Ainda conforme a emissora, agentes da PF também falaram sobre as conversas encontradas no celular de Mauro Cid sobre um plano de golpe de Estado, recebidas por ele de integrantes do governo e da ala militar do então governo de Bolsonaro. No último depoimento antes deste de sexta, realizado no dia 06 de junho, Mauro Cid ficou em silêncio e não comentou sobre o assunto.
Na ocasião, a defesa alegou que não teve acesso aos autos. Nesse sentido, Bernardo Fenelon, advogado de Mauro Cid, afirmou que seu cliente iria esclarecer os fatos com o acesso ao processo. Assim como publicou o Brasil123, a inteligência da PF diz que encontrou um “roteiro de golpe” no celular de Mauro Cid.
Conforme a entidade, na conversa, havia o plano de afastamento dos ministros do STF Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski e a nomeação de um interventor para restaurar a “ordem constitucional”. Não suficiente, os investigadores identificaram mensagens do coronel Jean Lawand, que na ocasião sugeriu um golpe de Estado – o conteúdo trazia pedidos de Lawand para que Mauro Cid convencesse Bolsonaro a ordenar uma intervenção militar no país depois que ele foi derrotado nas eleições para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em depoimento prestado nesta semana, Jean Lawand Júnior prestou depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Congresso Nacional e, na ocasião, relatou que as mensagens trocadas com Mauro Cid tinham como intenção pedir ao então presidente uma “ordem de apaziguamento” para o país e não um golpe de Estado.
Hoje, Mauro Cid está preso na Polícia do Exército, no Setor Militar Urbano de Brasília, em cela especial. Por conta disso, o Exército fez a sua escolta até a sede da PF e, também foi responsável por conduzir a volta dele ao presídio. A prisão do ex-ajudante de ordem de Bolsonaro aconteceu por conta da suspeita de que ele teria atuado na fraude do cartão de vacinação da Covid-19 de Bolsonaro e membros da família do ex-presidente, que se negaram a receber uma dose da imunização.
Leia também: ‘Não se pode dizer a verdade’, afirma Bolsonaro após condenação no TSE