Uma operação no Rio de Janeiro culminou na morte de pelo menos 25 pessoas nesta quinta-feira em Jacarezinho, na Zona Norte da capital, sendo a mais letal da história no estado. De acordo com a Polícia Civil, a ação visou desarticular o tráfico de drogas na região. Segundo a entidade, entre os mortos está o agente André Frias, da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), foi morto após ser baleado na cabeça.
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De acordo com as informações, antes da operação desta quinta (06), a ação mais letal havia acontecido em 2007. Na ocasião, 19 pessoas foram mortas no Morro do Alemão durante uma operação que visava o cumprimento de mandados de busca e apreensão.
Em nota, a Polícia Civil justificou que a ação também visou investigar o aliciamento de crianças e adolescentes para ações criminosas, como assassinatos, roubos e até sequestros de trens da Supervia.
Hoje, segundo a entidade, Jacarezinho é considerada uma base do Comando Vermelho (CV), a maior facção do tráfico de drogas em atividade no estado. Ainda conforme a corporação, para atuar, o tráfico da região adota táticas de guerrilha, com armas pesadas e “soldados fardados”.
Durante as investigações, a Polícia Civil identificou 21 integrantes do grupo criminoso, todos responsáveis por garantir o domínio territorial da região com utilização de armas de fogo como fuzis, pistolas, granadas. Além disso, eles contavam com coletes balísticos, roupas camufladas e todo tipo de acessórios militares.
As vítimas do tiroteio
Até o momento, somente uma pessoa que morreu na operação foi identificada: o agente André Frias. No entanto, sabe-se que outras quatro pessoas foram baleadas:
- Dois policiais: um da Dcod e outro da Coordenadoria de Operações Especiais (Core).
- Dois passageiros de um vagão da Linha 2 do metrô, que foram feridas após uma bala perdida estilhaçar uma janela.
https://twitter.com/jornalodia/status/1390268628663218177
Apreensões
De acordo com a Polícia Civil, a ação, que envolveu 250 polícias, quatro veículos blindados e dois helicópteros, apreendeu:
- 15 pistolas
- 6 fuzis
- 1 sub-metralhadora
- Mais munição antiaérea
Repercussão nas redes sociais
A operação aconteceu durante a manhã e, nas redes sociais, moradores compartilharam vídeos em que dava para ouvir sons de rajadas e explosões de bombas em diferentes pontos da comunidade.
https://twitter.com/FCNRRJ/status/1390278300837232644
Ainda segundo os relatos, pessoas que vivem na região não conseguiram sair de casa. Nem mesmo uma noiva de casamento marcado e uma grávida com cesariana agendada conseguiram cumprir seus compromissos.
Outras pessoas, inclusive autoridades, foram às redes para criticar a ação, chamando-a de chacina. “No final do dia de hoje, podemos ter no Jacarezinho a maior chacina desde as Chacinas de Vigário Geral e do Complexo do Alemão. Não há pena de morte no Brasil. A política de segurança deve buscar Justiça e não vingança”, disse Renata Souza, deputada estadual e Líder do PSOL na Alerj em seu Twitter.
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