Os últimos meses estão sendo tensos para milhões de brasileiros que fazem parte do programa Bolsa Família. Aliás, uma triste notícia que saiu é que o Ministério do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome confirmou a exclusão de cerca de 1,2 milhão de cidadãos inclusos no projeto social.
A saber, a pasta em questão afirma que ainda irá excluir outras 125 mil contas de pessoas que não apresentam mais o perfil do programa de renda e que não estavam sequer mais sacando o dinheiro do benefício social há mais de seis meses. Nesse sentido, são esperados ao todo mais de 1,3 milhão de cortes considerando todos os casos analisados.
Dessa forma, o Governo Federal deverá passar todo este mês enviando mensagens de texto para as pessoas que forem bloqueadas do Bolsa Família. Assim, o cidadão poderá se antecipar, conferindo como está a situação da sua conta através do aplicativo oficial benefício.
Quem está no alvo no bloqueio?
Em primeiro lugar, o Ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias (PT), afirmou em entrevista ao jornal O Globo, que o novo foco do pente-fino do Governo Federal está nos cidadãos que se cadastraram no Cadúnico como famílias unipessoais. Mais especificamente entre os meses de maio e outubro do ano passado.
Isso, devido ao fato destes terem sido os meses do período eleitoral. Então, o Governo atual suspeita que a antiga gestão tenha liberado a entrada no Bolsa Família para pessoas que não deviam receber o saldo com objetivos eleitorais. Entretanto, membros do antigo Ministério da Cidadania negam que houve qualquer tipo de ação neste sentido.
A saber, o Ministro Wellington Dias estima que pouco mais de 6 milhões de pessoas que entraram no projeto durante o período eleitoral passaram pelo pente-fino. Assim, destas, 1,2 milhão sairão do projeto social.
Fui bloqueado do Bolsa Família, o que eu faço?
Antes de tudo, conforme informações do Ministério, o bloqueio no sistema do Bolsa Família é apenas a primeira etapa do cancelamento. Com isso, ao receber a mensagem da pasta, o cidadão já deixa de receber o dinheiro do benefício.
No entanto, ele ainda terá um prazo de 60 dias (dois meses) para regularizar sua situação. Porém, na grande maioria dos casos, o cidadão terá que se deslocar presencialmente até um Centro de Referência Social (CRAS), ou ir até uma Central do Cadúnico na sua cidade para tentar atualizar seus dados, em seguida, consequentemente reverter a situação.
Se o cidadão conseguir resolver as pendências no cadastro, possivelmente, ele poderá retornar ao projeto social a partir do próximo mês de maio. Mas é importante deixar claro que não haverá pagamento retroativo para estas situações. Sendo assim, se o indivíduo não resolver as pendências em 60 dias, terá o recebimento definitivamente cancelado.
Esse não é o primeiro bloqueio
É válido salientar que essa não é a primeira vez que o Ministério do Desenvolvimento Social realiza um grande bloqueio nas contas do Bolsa Família. Segundo estimativa, em março, mais de 1,5 milhão de pessoas já foram excluídas do benefício social.
Todavia, naquela primeira fase de exclusões, o foco não estava nas famílias unipessoais, mas sim, naquelas pessoas que estavam apresentando dados inconsistentes de renda per capita (por pessoa). De acordo com o Governo, haviam casos de pessoas que estavam recebendo o Bolsa Família, sendo que possuíam renda superior a R$ 6,5 mil mensais.
“Na primeira leva, encontramos pessoas com renda elevada. Agora, qual situação encontramos? Uma família em que o marido se inscreveu, a esposa se inscreveu, o filho se inscreveu, ou seja, três pessoas da mesma família inscritas como se fossem três famílias. O Bolsa Família tem um foco na família, o que se deseja é que se garanta a condução de uma renda que possa trazer um padrão de renda para suprir o consumo”, mencionou o Ministro.