Mario Draghi tomou posse como novo primeiro-ministro da Itália neste sábado (13), em uma nova era para a política italiana. O ex-chefe do Banco Central Europeu e os ministros participaram da cerimônia de posse por volta do meio-dia no horário local (8h em Brasília), no Palácio do Quirinal, em Roma. Por causa das restrições do novo coronavírus, o evento teve a participação limitada de pessoas e todos usavam máscaras, mesmo durante os juramentos.
O novo governo de Draghi tomará posse na próxima semana, depois de obter a aprovação das duas casas do parlamento italiano. De fato, a votação trata-se apenas de uma formalidade, visto que a maioria dos legisladores indicou que o apoiaria após dias de discussões entre os partidos.
No gabinete de Mario Draghi, há uma mistura de políticos de diferentes partidos e técnicos, ou seja, especialistas sem vínculo partidário. Depois da renúncia de Giuseppe Conte do cargo de primeiro-ministro, em meio à crise política, o presidente italiano Sergio Mattarella convidou Daghi para assumir a função vaga. Na semana passada, Mattarella disse aos italianos que não tinha escolha a não ser formar um governo tecnocrático.
A atual crise política resultou da retirada do ex-primeiro-ministro Matteo Renzi e do partido dele da coalizão do governo Conte. A principal justificativa de Renzi seria o uso de mais de 200 milhões de euros em fundos da União Europeia como recuperação da recessão provocada pela pandemia. Agora, esse é um dos maiores desafios do governo de Mario Draghi.
Quem apoia Mario Draghi
O Movimento Cinco Estrelas (M5S), a maior força política do governo da Itália, apoiou formalmente Draghi para primeiro-ministro na última quinta-feira (11). O M5S, que não se define como um partido político e é liderado por um comediante desde quando foi criado em 2009, tem o maior número de assentos no parlamento e toma as decisões por consultas populares aos inscritos. Após uma votação online, 59,3% dos 74.500 participantes aprovaram o apoio ao governo de Mario Draghi.
O ex-chefe do Banco Central Europeu já Draghi já havia garantido o apoio do Partido Democrático (PD), o partido de centro-direita Forza Italia do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, do Italia Viva e da Liga. Isto é, o suficiente para ganhar o voto de confiança em tanto na Câmara quanto no Senado.